Antunes
A D. Maria Luísa está no Antunes aproximadamente desde os seus 22 anos (e tem a particularidade de ser irmã de um conhecido dragão da cidade). Sempre com a mesma simpatia, afabilidade e sorriso na cara, embora já um pouco cansada destas lides, festejou com toda a alegria e orgulho o recente cinquentenário desta casa.
Tal como os macarons da Ladurée em Paris, o puré de Jöel Robuchon ou o coq au vin de Paul Bocuse, o pernil do Antunes, da Rua do Bonjardim, está para durar e deixar seguidores.
O pernil de porco assado (15€), em dose generosa para duas pessoas, é fumado, mas não em demasia, com o courato e a gordura a pedirem para não ficar no prato. Temperado com sal e pouco mais, para se sentir o seu genuíno sabor, textura consistente mas macia, a lembrar o fiambre no forno, é tão saboroso que é realmente difícil não gostar. Acompanha muito bem com uma viciante batata assada, ou melhor dizendo alourada no forno, dada a celeridade que se impõe ao serviço, e com um esparregado que, nesta refeição, não estava ao nível da iguaria principal. Seco pelo forno, sem sal e muito longe daquilo que é a receita original.
Seguimos para as tripas à moda do Porto (meia dose 8,50€ e à quarta-feira), que na consistência e paladar estavam estupendas, mas estavam pouco ricas. Vinham com frango desfiado e salsa por cima, duas belas rodelas de morcela de boa consistência, pois sente-se o areado da broa, mas tinha bacon em vez de chouriço, faltava a orelheira ou a cabeça de porco e a mão de vitela ap