Gabriell Vieira

Gabriell Vieira

Contributing journalist, Norway

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O poder dos acessórios. O street style do último dia da ModaLisboa

O poder dos acessórios. O street style do último dia da ModaLisboa

Chama-se Damara Inglês e é uma velha conhecida. Há uns anos trocou Lisboa por Londres e a ModaLisboa perdeu um dos seus ícones de street style mais assíduos. No último domingo, a visita inesperada foi digna de registo (isso e os óculos de sol Gucci, que quase fizeram parar o Capitólio). Como ela, muitos outros apostaram todas as fichas nos acessórios. Por entre o brilho de brincos e colares, o arrojo de umas botas vermelhas e o drama de um toucado, eis o street style do último dia da ModaLisboa. Veja todas as imagens na fotogaleria. + Caça ao influenciador. O street style do 3.º dia da ModaLisboa
Caça ao influenciador. O street style do 3.º dia da ModaLisboa

Caça ao influenciador. O street style do 3.º dia da ModaLisboa

Eles saíram à rua e compareceram na primeira fila dos desfiles. Falamos dos influenciadores digitais que marcaram presença no terceiro e penúltimo dia da 57ª edição da ModaLisboa. Tiago Gomes (mais conhecido por 20Chatear), Artur Catfish, Gon Olivier, Tiago Hyzer, Fábio Lopes (ou Conguito) ou Mariana Machado fizeram do último sábado um dia fortíssimo do ponto de vista do engagement. Os looks que escolheram não ficaram atrás. Alguns empenharam-se em manter um estilo próprio, outros vestiram-se para apoiar os seus designers de moda favoritos. Veja as imagens na fotogaleria. + ModaLisboa: videojogos, mundos paralelos e um retiro no campo + Estrelas, clássicos e provocadores. O street style do 2º dia da ModaLisboa
Estrelas, clássicos e provocadores. O street style do 2º dia da ModaLisboa

Estrelas, clássicos e provocadores. O street style do 2º dia da ModaLisboa

O fenómeno é mais ou menos espontâneo: os desfiles acontecem na passerelle, mas do lado de fora, quem atende ao convite pensa em deixar uma marca através da própria imagem. No segundo dia da ModaLisboa, estivemos atentos ao entre a sai. Encontrámos caras impossíveis de não reconhecer — Daniela Melchior e Luís Borges —, mas também ilustres desconhecidos que elevaram a fasquia do estilo de rua. Peças vintage, detalhes românticos e visuais urbanos marcaram o dia. A temperar as modas, atititude a gosto para fazer jus à roupa. Veja as imagens na fotogaleria com o melhor street style da ModaLisboa. + O triunfo de Luís Buchinho: "Voltei às origens, ao meu lado mais sexy" + Moda e liberdade: 15 histórias contadas por Béhen na ModaLisboa
Covid-19: imagens de uma Lisboa em quarentena

Covid-19: imagens de uma Lisboa em quarentena

Em Março de 2020, confinou-se pela primeira vez, para reduzir o risco de contágio e executar medidas de prevenção e combate à pandemia. Agora, estamos novamente confinados e em estado de emergência, com regras ainda mais restritivas. As salas de cinema, os restaurantes e muitos outros equipamentos, desde museus e monumentos até ginásios, voltaram a encerrar. As escolas, creches e universidades também, para evitar elevadas concentrações de pessoas num só local. O ensino à distância está de volta, o teletrabalho é obrigatório, sempre que possível, e é proibido circular entre concelhos ao fim-de-semana. Quem tem de sair de casa, não deve dispensar máscaras, pela sua saúde e para evitar multas avultadas. Lisboa é uma cidade novamente em quarentena, com as ruas desertas, as esplanadas e os bancos de jardins interditos, a restauração a funcionar apenas em regime de take-away e delivery. Recomendado: Estado de Emergência. Quais são as novas regras?

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Nuno Baltazar: “Estou em branco, não sei que cores o futuro vai trazer”

Nuno Baltazar: “Estou em branco, não sei que cores o futuro vai trazer”

O relógio aproximava-se das dez da noite quando os primeiros sons invadiram a sala. Não era a habitual música que compassa o desfile, mas sim o dia-a-dia de um atelier. Nuno Baltazar convidou-nos a entrar trazendo o ambiente para o Capitólio — o rasgar dos tecidos, o deslizar da tesoura, a máquina de costura, o vapor do ferro. As onomatopeias abriram caminho a “Diary”, uma colecção branca, do princípio ao fim. “Pela primeira vez, quando soube qual era o tema da ModaLisboa [And now what?], houve logo um match. Era exactamente o que estava a sentir naquele momento. Não sei o que é que o futuro vai trazer. Então trabalhei nisso, mas de uma forma muito pessoal”, contextualiza o designer em conversa com a Time Out Lisboa. Gabriell VieiraNuno Baltazar Do ponto vista da construção, o público viu desfilar uma colecção exigente. “Não há contraste, a textura e a silhueta são fundamentais. A mistura de tecidos é um quebra-cabeças. A maioria são retalhos, coisas que num atelier em Paris estariam no lixo. Mas também são pedaços das histórias de outras pessoas, de outros vestidos, e da minha própria história. É um puzzle que não tem desenho, que fui criando e juntando directamente no busto e trabalhando de forma muito autoral e irrepetível.” O bege texturado do busto viria a fazer parte de muitas das peças, como se de um atestado do moroso processo se tratasse. Num dos vestidos, Baltazar juntou 42 pedaços de tecidos diferentes. Foram dias, segundo conta, para chegar ao resultado final. N
ModaLisboa: videojogos, mundos paralelos e um retiro no campo

ModaLisboa: videojogos, mundos paralelos e um retiro no campo

A travessia de um deserto é, provavelmente, das analogias que melhor resume o último ano e meio para a maioria dos designers de moda portugueses. O consumo retraído, as limitações à circulação de pessoas e os constrangimentos na produção e no fornecimento de matérias-primas abalaram marcas e empresas, as mesmas que agora dependem dos seus criativos para responder prontamente ao mínimo indício de retoma. Ricardo Andrez soma 15 anos enquanto marca e foi um dos criadores a antecipar o próximo Verão no último sábado, no Capitólio. À Time Out, mais do que um tema ou uma inspiração, falou sobre uma nova consciência do seu trabalho. "As duas últimas estações foram difíceis com tudo o que estava acontecer, mas esta fluiu de forma muito mais orgânica. É a colecção com menos looks que apresentei até hoje: 20. Por um lado, não quero voltar àquele ritmo de 2019. Por outro, não tenho de ter 30 ou 40 looks para passar um conceito. Quero ser mais assertivo", admite. Gabriell VieiraRicardo Andrez A assertividade manifestou-se na passerelle, a começar por aqueles que são os traços mais identitários do criador: as abotoaduras metálicas, a estrutura de ombros e mangas e as tonalidades flúor, aqui representadas pelo rosa. O conjunto transportou a audiência para a "virtualidade mais real" de videojogos, NFTs (os non-fungible tokens são objectos raros, que existem apenas no mundo digital e que podem atingir milhões) e modelagem 3D. Andrez sublinhou o tema estampando imagens pixelizadas, espalha
O triunfo de Luís Buchinho: "Voltei às origens, ao meu lado mais sexy"

O triunfo de Luís Buchinho: "Voltei às origens, ao meu lado mais sexy"

Como em muitas outras ocasiões, no segundo dia da ModaLisboa, o melhor ficou para o fim. No Capitólio, imprensa e convidados deram de caras com um Luís Buchinho exultante. Não é para menos. A ausência da passerelle lisboeta foi longa — há mais de sete anos, o criador optou por apresentar em exclusivo no Portugal Fashion, tendo regressado à capital em Março de 2020, resultado de uma acção conjunta entre as duas organizações. Esse foi, aliás, o último desfile físico do designer. Nas duas últimas estações, Buchinho apresentou as suas colecções através de desfiles digitais e sem público. Gabriell Vieira O regresso foi, por isso, absoluto. "Finalmente começamos a falar disto como se fosse uma coisa do passado", desabafa o criador, em conversa com a Time Out Lisboa. "Esta colecção é o espelho disso. Ela mostra, de forma simbólica, aquilo que poderá ser o regresso eufórico e alegre ao nosso quotidiano normal", continua. E o desfile a que assistimos ao final da noite foi, sem dúvida, com o velho normal de Buchinho. Uma marcha ritmada e impetuosa sobre a passerelle, onde uma sensualidade revisitada foi a cereja no topo do bolo. "O corpo é celebrado de forma mais exposta. Voltei às minhas origens, ao meu lado mais sexy. E esta é também uma colecção com um espírito mais couture". Como o próprio explica, foram poucos os tecidos que ficaram por manipular. Ao longo da apresentação, os materiais surgem estampados, cortados a laser, plissados e drapeados. Além da habitual fluidez estival d