Francisco Beltrão

Francisco Beltrão

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Focca

Focca

4 out of 5 stars
E esse cuidado sente-se à primeira trinca. O pão é muito leve, estaladiço, tem alecrim e uma gordura ligeira, típica da tradicional focaccia. Surpreendeu-me logo à partida, quando chegou em cubos pequenos para acompanhar a tábua de queijos e enchidos – um picante chouriço calabrese, salpicão, speck em fatias finas, tudo excelente, e um parmesão, já mais rijo –, mas ganhou todo o meu respeito depois de o ver a entalar os ingredientes das sanduíches. Casa bem com a focaccia Pecorino, com um bom queijo pecorino da Sardenha derretido, queijo taleggio, fatias de speck e curgete grelhada – no final um conjunto bem equilibrado, com alguns ingredientes frios. E casa melhor ainda com a Arrosto, com fatias de pernil assado (uma moda portuense que o dono, portuense, trouxe), queijo provolone derretido, cebola confitada e um molho de mostarda. À excepção do espaço, a inóspita praça de restauração do Picoas Plaza e de um brownie que mais parecia uma tablete de chocolate, está tudo certo no Focca. Até o preço: 23€ por tudo, com vinho incluído. Por Francisco Beltrão *As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.
Cachorro à Portuguesa

Cachorro à Portuguesa

3 out of 5 stars
Isto é: cabeça inclinada, boca aberta como se estivéssemos no dentista, e trincas que deixam restos de molho nos cantos da boca e destroços pelo prato. Não se come com talheres. No Cachorro à Portuguesa, com consultoria do chef João Sá, ex-Assinatura, o pão vem como numa sandes, com duas partes totalmente separadas. Ora isso é meio caminho andado para não se conseguir juntar todos os sabores de uma só vez. E para que as combinações arranjadas para aportuguesar o prato não tenham finais felizes. Pedi um cachorro de porco Serra da Estrela (8€), com rúcula, presunto crocante e queijo da serra grelhado. Achei a salsicha seca, o queijo demasiado forte e o pão razoável. Palmas ao presunto, bem crocante como prometia. Pedi também um estranho cachorro de Bacalhau com Todos (7,90€), com salada de couve, pickles de cenoura, ovo e maionese de coentrada. A composição foi-se desfazendo, a salsicha feita de bacalhau desfiado vinha meio fria. E nem achei que combinasse bem com as batatas às rodelas, que chegaram já mornas. O melhor da refeição? A espessa mousse de chocolate e o sumo de ananás com hortelã. Numa cachorraria, não chega para convencer. *As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.
Presunção e Àgua Benta

Presunção e Àgua Benta

3 out of 5 stars
Podia começar esta crítica com uns trocadilhos sobre o nome do restaurante, mas prefiro abster-me de o fazer – até porque, além de fazer sentido pela morada,
 o Largo do Priorado, não encontro explicação para a ideia. Não senti presunção da parte de ninguém e fui muitíssimo bem recebido. Gostei do sítio, a sala de baixo estava cheia ao almoço, as cinco opções de pratos de dia soaram-me bem e arrisquei num arroz de cabrito – veio primeiro uma
sopa de feijão verde insossa e demasiado líquida. O aparatoso prato trazia um arroz com açafrão, grelos e alguns pedaços de cabrito bem cozinhado, até com alguma gordura. Bom, não histórico.
E trazia um enfeite de ervas à volta que não lhe acrescenta nada, só atrapalha. Um shot de mousse de manga agradável como remate, tudo em troca de 8,50€. Numa outra refeição, pedi uma canja de gambas, coentros e morangos, novo aparato, a vir servida numa nano-terrina.
 Ideia engraçada, resultado mal conseguido. Três gambas, meia dúzia de morangos a amolecer no caldo quente, temperado com folhas de coentros. Ao fim de seis colheradas está comida e resta um caldo aguado para beber. Assim-assim as pataniscas de bacalhau, mais numa tempura do que numa fritura, algo gordurosas, leves mas com pouco bacalhau. Excelente o arroz de tomate. Fechei com uma sobremesa demasiado doce de bolo de brigadeiro na base, chantilly
no meio, mousse de chocolate por cima. Por tudo, com um copo de vinho e couvert, foram 28€. O sítio encanta, a comida esforça-se mas não o cons
Belos Aires

Belos Aires

4 out of 5 stars
No meu imaginário, e na minha reduzida experiência de restaurantes 100% argentinos (alguns numa curta passagem por Buenos Aires), pensar num restaurante de alma argentina leva-me de imediato para dois cenários: um sítio grande, em estilo de barracão, com madeiras escuras – calma, não estou em delírio a pensar no Chimarrão – e em grelhas à vista dos clientes, com muitos homens à volta, legumes lado a lado com carnes e salsichas, o lume bem quente. Talvez seja estúpido, talvez só aconteça comigo (ou há por aí algum leitor que me acompanhe nesta panca?), mas onde quero chegar é a um só ponto: esperava tudo deste luso-argentino, tudo menos umas mesas de madeira amorosas, com almofadas igualmente amorosas, pequeninos jarros de flores a enfeitar algumas prateleiras, uma micro-esplanada (óptima, note-se), a respirar a palavra amoroso por todo o lado. Nada contra as opções decorativas do Belos Aires. Gostei bastante do espaço e do ambiente. Só esperava outra coisa. Assim como esperava outra coisa da comida. Por mais que tente, acabo sempre por sentir um pequeno desconforto quando me dizem “olha Francisco, abriu um luso-japonês, um luso-argentino, um italo-japonês”. Fico sempre com a ideia de que, nestes casos, menos é mais – até acho que me estou a repetir, que já terei tocado neste assunto em tempos e, se assim foi, peço desculpa. Bom, mas no caso fui com as expectativas em baixo. Mal cheguei, fui surpreendido por uma equipa simpática e um chef de cozinha argentino falador, que em 1
daTerra Baixa

daTerra Baixa

4 out of 5 stars
Primeiro ponto indiscutível
 sobre o DaTerra, na Mouzinho
 da Silveira: o espaço é dos bons. Tiro o chapéu a quem decidiu envidraçar uma das paredes quase até ao chão e a quem o decorou sem pretensiosismos, só com mesas de madeira. Tiro também o chapéu a quem todos os dias monta o buffet colorido, tornando o repasto bem apetecível. Segundo ponto, desta vez discutível: a comida. Não fiquei altamente impressionado com tudo o que já lá comi, há algumas ajustes a fazer, mas no geral, e tendo em conta a variedade, o sabor dos pratos e o preço do buffet (9,90€ ao jantar e 7,50€ ao almoço), compreendo que esteja sempre cheio e que as pessoas, como eu, voltem. Seja pelas sopas, uns cremes sempre com um toque de espessura acima do normal, mas que não compromete o sabor; seja pela variedade de saladas frescas, com verdes, leguminosas ou outros legumes; seja pelos pratos quentes, entre tofus e sojas, com misturas de sabores portugueses. Numa visita recente provei um delicioso hummus de beterraba, um bom carpaccio de curgete com queijo e abóbora, uma feijoada à brasileira de comer e chorar por mais, com tomate a dar-lhe sabor, num molho escuro e denso, umas interessantes fatias de tofu com broa esfarelada em cima – a fazer mesmo lembrar o bacalhau com broa. Bons também o flan de alho francês com queijo, uma espécie de quiche mas sem base, e a salada de feijão frade com ovo cozido, salsa e cebola. Menos interessante a salada de couve roxa com maçã e canela, demasiados doce, e a de feijoca
Taberna Santo António

Taberna Santo António

4 out of 5 stars
Uma conversa recente sobre a qualidade dos restaurantes tradicionais do Porto e o receio de que a gourmetização subisse à cabeça de alguns empresários da área e fizesse estragos dos grandes fez-me voltar a um clássico da cidade onde sou sempre bem recebido e servido. Eu, qualquer cliente habitual, qualquer estreante ou qualquer turista – aqui fala-se, por exemplo, francês na ponta da unha. 
A casa está invariavelmente cheia, a Dona Hermínia está invariavelmente bem-disposta (recebe, conversa e mantém a cozinha debaixo de olho) e o balcão das sobremesas está sempre bem recheado. Tão bem que dá vontade de ignorar tudo o que são salgados e fazer da refeição um grandioso pijaminha de doces. Mas depois aterra na mesa um prato de rissóis acabados de fritar. Chegam enxutos, a massa fina, o recheio maravilhoso. Ainda não decidi se gosto mais dos de carne ou dos de queijo com orégãos. No dia em que lá fui com boca de crítico, dividi um empadão de alheira, feito de puré verdadeiro, alheira a desfazer-se e uma camada de grelos mesmo antes de outra fina de puré, bem tostada. Dividi também uns pastéis de bacalhau (os da 
D. Hermínia têm sempre alguma batata, note-se), com migas de feijão frade, excelentes. Veio a a mousse, espessa, e um leite creme queimado. Óptimos. Veio a conta, 9€ à cabeça, e veio a mesma certeza que me levou lá: daqui nunca saio defraudado *As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de public
Terminal 4450

Terminal 4450

4 out of 5 stars
Tenho um bom amigo, que me costuma acompanhar nestas andanças, e com o qual perco longas horas a falar de comida, a trocar impressões sobre detalhes de pratos e a discutir refeições passadas, presentes e futuras. E quase sempre que acabamos um jantar ou almoço num sítio novo, eu faço-lhe a mesma pergunta: ‘’Voltavas?’’ Ora se faço esse exercício com ele, obviamente que faço comigo. Voltavas Francisco? É que isto da crítica Time Out, gostam sempre de me relembrar os senhores que me desafiaram a escrever, envolve a comida, o espaço, o serviço, o ambiente, blá, blá, blá. Por isso, ponho as coisas na balança e avalio bem antes de me atirar com certezas para as estrelas.Segui o meu ritual assim que saí do Terminal 4450. ‘’Voltavas Francisco?’’ Voltava. Perguntei ao meu amigo. ‘’Voltavas Alberto?’’ (nome fictício, meus caros) e a resposta foi a mesma – já aconteceu discordarmos terminantemente e ter voltado para tirar as dúvidas, tal como aconteceu não saber responder e voltar ao local do crime. No caso, não. Foi acordo à primeira vista.É verdade que não fiquei deslumbrado com todos os pratos que chegaram à mesa – sobretudo os acompanhamentos –, mas no geral comi bem, comi diferente e fui muito bem servido. Noves fora, são quatro estrelas. E voltavas porquê, Francisco? Logo para começar pelo sítio. Um terminal na verdadeira acepção da palavra, e cuja entrada se faz por uma manga a sério, primeiro para uma sala com um balcão de check in (acredito que funcione em dias de maior tráfeg
Wish Restaurante & Sushi

Wish Restaurante & Sushi

4 out of 5 stars
O nome soava-me a algo pretensioso: Wish. O apelido fazia pensar que dali não vinha nada de bom: Restaurante & Sushi. Assim mesmo com “e” comercial, numa mistura de cozinhas que me deixam sempre desconfiado. Sou assim, nunca vi com bons olhos esta mania dos restaurantes quererem ser os faz-tudo da comida. É raro, raríssimo, conseguir jogar-se bem em dois campeonatos. E neste sítio, pelos preços altos que pediam, pelo espaço que era, uma bonita sala na Foz Velha, mais temia que os pratos não estivessem à altura
do conceito. Bem sei que a ideia funcionava nos tempos do extinto Shis, e que a equipa do Wish não é muito diferente: o mesmo chef, António Vieira e o mesmo sushiman, Miguel Fragoso. E que, apesar de ser um restaurante de praia, o Shis era tudo menos um restaurante de praia convencional. Era chique, como este. Era arranjado, como este. Estava sempre composto, como este. Tinha boa luz de dia e de noite, como este. Tinha sempre as toalhas bem engomadas, como este. E era decorado pelo Paulo Lobo, como este. Até as letras do nome são semelhantes. Ora experimente dizer vezes seguidas Shis-Wish-Shis-Wish-Shis-Wish e veja se não se confundem – tente fazê-lo sem se babar, s.f.f. Posto isto, impõe-se saber: será o Wish o Shis renascido, mas num outro corpo? Saí de lá convencido que sim. E saí de lá contente. Comi bem, fui muito bem servido. Aliás, digo à vontade que alguns dos melhores empregados da cidade trabalham aqui. Já lá tinha ido almoçar num domingo de sol, poucas semana
3 Hyôshi

3 Hyôshi

3 out of 5 stars
O sítio comunga do mesmo problema do Zé Bota: fica escondido numa travessa atrás do Piolho e, como tal, só lá vai quem, bom, quem quer mesmo lá ir. Talvez isso explique que nas duas visitas o restaurante estivesse semivazio. O que não impediu os sushimen e a pessoa responsável (pareceu-me ser a pessoa responsável) de serem extremamente simpáticos. E não naquela onda de apaparicar os (quase) únicos clientes do dia. Aqui o serviço é muito, muito bom. Já a comida fica um bocadinho abaixo do que se quer num japonês. Ou numa tasca japonesa, como se intitula o 3 Hyôshi. É que além de sushi, há alguns petiscos nipónicos que estão no arranque da ementa e pelos quais fui aconselhado a começar. Vieram as gyosas de frango, feitas na casa, com uma massa grossa, as extremidades um pouco queimadas (foram à chapa), mas com um recheio muito saboroso; veio um fraco tataki de atum, em fatias grossas e secas; uma óptima cavala breaseada em pasta miso, com pedaços finos de abacaxi e algas, tudo junto a criar harmonia na boca; e umas banais espetadas grelhadas de frango – a robata do chef, como lhes chamam, que é sempre surpresa. Passei depois para um agradável combinado de sushi e sashimi. Frescas as fatias de salmão, interessantes os uramakis e os niguiris, menos fresco o atum, a não combinar,
e enjoativo o gunkan com framboesa. Voltei lá uns dias depois para almoçar o ramen – coisa de rara aparição no Porto – e saí cabisbaixo. O caldo sensaborão, a carne dura, o ovo para lá de cozido. Nem o sa
Peebz

Peebz

4 out of 5 stars
Espero não me arrepender amargamente daquilo que vou dizer, mas aqui vai: enquanto abrirem hamburguerias com a qualidade do Peebz no Porto, a praga dos hambúrgueres pode continuar a atacar as ruas da cidade. Vou mais longe: se este simpático restaurante da Foz se quiser expandir para o centro da cidade eu vou lá, de propósito, recebê-lo de braços abertos. E comer, claro.
 Há muito tempo que não provava um hambúrguer tão bom, com um equilíbrio tão certo entre um pão adocicado, carne de qualidade e ingredientes frescos. Até as batatas estavam no ponto: bem fritas, sem se sentir o óleo, crocantes, algumas ainda com casca nas pontas. Tanto as minhas, que tinham parmesão e azeite trufado e vinham numa dose bem generosa (tive vontade de pedir um doggy bag, mesmo para as comer depois já frias), como as da minha companhia, as convencionais.
 Não fiz cerimónias e pedi aquele que me pareceu ser o hambúrguer mais completo, com carne de novilho muito saborosa (explicaram-me que usam três cortes), queijo cheddar, queijo da Serra, presunto, alface iceberg, cebola balsâmica e molho da casa. Uma torre de produtos que ainda assim permitiu comê-lo com as mãos, sentir a boa mistura dos queijos, a leveza do pão aparentado do brioche, a combinar bem com o molho. Provei também o do mês, com cebolada de alheira, chutney de maçã, queijo gouda marinado em azeite aromatizado com tomilho e malaguetas. Muito bom. De sobremesa, uma mousse
de chocolate com suspiros esmigalhados também agradável. E também
Cruel

Cruel

3 out of 5 stars
Costumo tirar as medidas a um restaurante na primeira ocasião. Ou seja, ou vou logo com a cara do sítio ou não. Estou a falar, claro, do ambiente, da decoração, daquele primeiro embate com o serviço. E antes de provar qualquer coisa – reforço, tiro a pinta ao sítio, não à comida –, percebo se sou capaz de voltar ou não. Estranhamente, não aconteceu isso com o Cruel, um dos restaurantes da moda, com a consultoria do chef Luís Américo. Gostei da luz da primeira sala, do aparador, da decoração, da solução encontrada para o sítio não parecer uma antecâmara.
Não gostei da luz da segunda sala, muito escura, não gostei da decoração – molduras vazias penduradas na parede passam-me a ideia de desleixo – e sobretudo achei o terraço demasiado encafuado. Fez-me lembrar aqueles aldeamentos de férias no Algarve, casinhas todas iguais, com o vizinho do lado inglês, barriga proeminente, a fazer barbecues todos os dias a partir das sete da tarde. Resultado: se me perguntassem, “Então, gostaste do Cruel?”, diria o que só em raras excepções digo: “Nim.” Três vezes depois, posso afirmar que o sítio é normal. Não me aquece nem me arrefece. Não morro de vontade de voltar mas também não me chateia lá voltar. (Perdoai-me, que devo estar a fazer pouco sentido). Eis os porquês. Fui lá a primeira vez num jantar de amigos, muitos copos, pratos para dividir. Entre tudo o que debiquei ficou apenas na memória o risotto de cogumelos em alucinação. Óptimo o arroz, no ponto, bons os cogumelos, e por cima uns
Peixaria da Esquina

Peixaria da Esquina

4 out of 5 stars
Quando me encomendam uma crítica, faço questão de ir sem grandes expectativas. Porque quando entrei nesta dura profissão de avaliar restaurantes, não o fazia e, ou os trambolhões eram grandes, ou a surpresa compensava o esforço (esforço?, qual esforço?, ó Francisco). Desta vez, contudo, quebrei a regra. Andam os meus amigos desde o Verão a dizer-me que o restaurante é óptimo, que os marinados são excelentes, que o Vítor Sobral deu uma boa volta à coisa... E eu, que até gosto desta nova onda de peixarias reinventadas, convenci-me que andava a perder um grande tesouro. Daí que, quando me encomendaram este serviço, por mais que tentasse, não consegui apagar os ecos do peixe que me tinham vendido. Entrei no restaurante bem-disposto. Véspera de ano novo, casa cheia, gente à espera, barulho, empregados atarefados, tudo bons prenúncios. E se estamos em época de começar tudo com o pé direito, aqui foi o esquerdo que andou primeiro. Azar dos azares, fiquei sentado na pior mesa do restaurante: quase em frente à casa de banho, de caras para a porta da cozinha e com a janela que dá para o balcão da zona de cozinha aberta, parcialmente tapada por uma tábua. Ou seja, pouco aproveitei do ambiente. Veio o couvert, com um pão alentejano em fatias grossas, duro e seco, que não me pareceu do dia, um excelente queijo de entorna bem amanteigado e um paté bom. Pedi torradas para acompanhar – achei que num sítio de peixe, com cascos de sapateira, açordas, etc., as teriam. Disseram que estavam a pou