Muti
Vivi em Itália e por lá ficaria se não gostasse tanto de cá estar. Ainda não encontrei povo tão parecido connosco como aquele. Somos todos demasiado burocráticos, intrometidos na vida alheia e epicuristas por natureza, sobretudo quando o assunto é comida. Em suma, somos iguais. Por isso, uma tábua de queijos e enchidos para começar a refeição é sempre uma boa aposta. Aqui ou na terra do Papa. A de tamanho pequeno veio para a mesa com rodelas de salame picante, salame de Nápoles, presunto de Parma, mais queijo parmesão, pecorino e provolone (14€). Uns DOP, outros não. Tudo bom e acompanhado por um atendimento atencioso e vinho branco a copo.
Ainda antes da pizza, um dos pratos do dia: raviólis de abóbora (17€). A massa estava al dente, cozinhada no ponto e, presumo, era caseira, dada a grossura. Um pouco mais fina, ficava melhor. Senti falta de mais recheio, soube pouco a abóbora, contudo, o molho de natas e manteiga, carregado de pimenta preta, estava bom, assim como a bresaola, uma espécie de carne seca bovina que abrilhantava o prato e equilibrava o doce com o salgado. O azeite de trufa por cima era desnecessário, o prato estava bem composto, mas pode sempre funcionar como sugestão à parte.
Depois, uma bonita pizza,
a da casa, com o mesmo nome (15€). Branca (ou seja, sem molho de tomate), tinha fior di latte, manjericão, uma burrata pornográfica, que se desfez ao toque e cuja languidez leitosa se misturou muito bem com
a salga do presunto de Parma bio com uma cura de 24 me