O encanto do “príncipe” Carlos do Carmo na hora da despedida [Fotogaleria]
Ninguém sabe dizer adeus. O Coliseu dos Recreios, cheio e engalanado para o último espectáculo da longuíssima carreira de Carlos do Carmo, voltou a prová-lo neste sábado. O público absteve-se de comoções e euforias; o fadista cumpriu o alinhamento à risca, emprestando à noite a sua inconfundível e ainda pujante voz, gracejando, agradecendo, recordando, mas com uma serenidade contrastante com o momento. Ninguém sabe dizer adeus, ou talvez ninguém esteja convicto de que não voltaremos a ver Carlos do Carmo ao vivo. A chave, quem sabe, está nos primeiros versos que cantou: “Vim para o fado e fiquei.../ Sou corda de uma guitarra/ A que mais geme e soluça”. E por muito que tenha terminado, com um impressionante “Por Morrer Uma Andorinha” sem amplificação, como se estivéssemos numa enorme casa de fados, o pássaro que se apresentou em palco estava longe de se encontrar moribundo, muito menos se vislumbrou um perigo para a Primavera.
Foi difícil ver um fim no concerto deste sábado, embora fosse esse o declarado propósito. E por isso o alinhamento estava impregnado de temas intemporais – como “Lisboa Menina e Moça”, “Gaivota”, “O Cacilheiro”, "Homem das Castanhas" ou “Os Putos” –, com memórias antigas e mais recentes (a colaboração com a Count Basie Orchestra em 2010, o Grammy em 2014), homenagens a parceiros de outrora como José Carlos Ary dos Santos e Bernardo Sassetti, e mensagens em vídeo gravadas por artistas e amigos de Carlos do Carmo. Foi aqui que o Presidente da República dec