Não tem papas na língua – mal estaríamos se a editora de Comer & Beber da Time Out Lisboa tivesse. Como poderia, então, provar o melhor que se cozinha por esta cidade fora? Dos pratos tradicionais ao fine dining, de junk food a entranhas, ela papa tudo menos grupos. Papa festivais, papa concertos, papa peças de teatro e tudo o que mexe com a cidade. Conhece Lisboa inteira, periferia incluída, dando-lhe espaço, dando-lhe voz, batendo o pé contra muros e falsas fronteiras. 

Cláudia Lima Carvalho

Cláudia Lima Carvalho

Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa

Articles (252)

Os dez restaurantes com estrela Michelin no Grande Porto

Os dez restaurantes com estrela Michelin no Grande Porto

Não temos muitos restaurantes Michelin no Porto, mas os que temos são bons que se fartam e merecem muito uma visita sua, nem que seja “quando o rei faz anos”. Por isso, junte uns trocos, reserve com antecedência um lugar à mesa num destes restaurantes com estrela Michelin no Grande Porto e deixe-se apaixonar pelo estômago e pela incrível cozinha que aqui se faz. Com inspiração no mar, no receituário tradicional português ou com influências do mundo, aqui criam-se pratos que lhe vão, seguramente, ficar-lhe na memória. E uma coisa é certa, nestes restaurantes a experiência vai muito além da comida. Bom apetite. Recomendado: Os 44 melhores restaurantes no Porto
Restaurantes com estrela Michelin em Lisboa

Restaurantes com estrela Michelin em Lisboa

Foi uma noite de confirmações, mas também de surpresas, entre as quais a perda da estrela de Ljubomir Stanisic no 100 Maneiras, no Bairro Alto. Foi, acima de tudo, uma noite em grande para a gastronomia portuguesa, que viu reconhecidos oito restaurantes com uma estrela Michelin, entre os quais Marlene, de Marlene Vieira, e o Blind e o Oculto, ambos de Vítor Matos, que já no ano passado se tinha distinguido na gala Michelin. Na capital, além de Marlene, foram distinguidos em 2025 o Arkhe, o Grenache e o YŌSO e há agora 20 restaurantes com estrela Michelin em Lisboa. Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
“Eu não vivo a pensar no Guia Michelin. Vivo a pensar em mim e nas equipas”

“Eu não vivo a pensar no Guia Michelin. Vivo a pensar em mim e nas equipas”

Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 672 — Inverno 2025. Quando há cerca de um ano, Vítor Matos foi chamado por duas vezes ao palco da primeira gala do Guia Michelin dedicada em exclusivo a Portugal, a surpresa foi geral. Nem o próprio achou que tal poderia ser possível. Ganhou uma estrela para o 2Monkeys, então aberto há dez meses com o chef Francisco Quintas, em Lisboa, e a segunda para o Antiquvvm – o único restaurante a conseguir tal distinção em 2024. Viu ainda Rita Magro do Blind, restaurante também de Vítor Matos no Porto, ser coroada como jovem chef do ano. “Não estava nada à espera”, diz-nos uma e outra vez, sem papas na língua, seguro do seu valor e do caminho feito até hoje.  Natural de Vila Real, onde vive, e a fazer 30 anos de carreira, o chef não tem mãos a medir e assim vai continuar. Depois da saída abrupta e inesperada da equipa de cozinha do 2Monkeys, apenas quatro meses depois da estrela, foi preciso escolher novas pessoas sem que o restaurante perdesse o andamento. Para o lugar de Francisco, agora em Amarante no Largo do Paço, na Casa da Calçada, entrou Guilherme Spalk, com quem Vítor Matos diz ter criado uma maior afinidade. O ano deu ainda para abrir com Hugo Rocha, braço direito de muitos anos, o Oculto, em Vila do Conde, onde a ambição não é pequena. Nunca é. E é por isso que em 2025, é possível que o vejamos novamente a triunfar. Há também dois restaurantes para abrir, um de fine dining e outro de cozinha tradicio
Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)

As novidades na restauração multiplicam-se de tal forma que, à medida que damos conta dos restaurantes que abriram nos últimos meses, novas mesas já nos esperam. Entre os espaços que ainda cheiram a novo há restaurantes de alta-cozinha, comida democrática e street food, refeições para qualquer hora do dia, do pequeno-almoço ao jantar, pratos daqui e do mundo. Fazemos-lhe um guia com os melhores novos restaurantes em Lisboa e arredores, abertos nos últimos meses. Não se deixe sentir desactualizado e marque uma mesa – é só escolher o que mais lhe apetece hoje.  Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa
14 restaurantes minhotos em Lisboa para comer bem e à grande

14 restaurantes minhotos em Lisboa para comer bem e à grande

A restauração lisboeta é um viveiro de minhotos. A razão, de forma muito sintéctica, é esta: no grande êxodo rural, muitos foram os que viram na capital uma oportunidade de melhorar a vida, especialmente depois do 25 de Abril. Do Minho, trouxeram os saberes, as tradições e, acima de tudo, o receituário. Estes restaurantes minhotos em Lisboa sabem a casa, até para quem nunca pôs os pés no Minho (se é o seu caso, talvez esteja na altura de corrigir isso). p.s. — Como vai reparar pelas recomendações abaixo, são vários os restaurantes courenses na lista. Esta que vos escreve pede, desde já, desculpa. São as saudades de casa. Recomendado: Os melhores restaurantes de cozinha tradicional em Lisboa
Os melhores restaurantes de carne em Lisboa

Os melhores restaurantes de carne em Lisboa

A salivar por um bom bife? E já sabe como é que o vai querer? Mal passado, médio ou médio-bem? O que não falta em Lisboa são bons nacos de carne, daqueles suculentos e tenrinhos, que até se desfazem na boca. Já tínhamos desmistificado a carne maturada e mostrado os melhores sítios para a comer, mas estava a faltar uma lista essencial dos melhores restaurantes de carne em Lisboa. Entre os mais tradicionais e os mais sofisticados, há até uma das melhores steakhouses do mundo. Carnívoros da cidade: este roteiro é para vocês. Recomendado: Os melhores restaurantes em Lisboa até dez euros
11 restaurantes em Benfica para comer à campeão

11 restaurantes em Benfica para comer à campeão

Apesar de todas as transformações na zona, Benfica continua a ser um bairro tradicional, onde é possível conhecer e tratar os vizinhos pelo nome. Há restaurantes que resistem há décadas e se tornaram destino por si. Mas também há novidades do mundo e propostas contemporâneas. Nestes restaurantes em Benfica, há acima de tudo lugar para toda a família, mesmo para quem não mora no bairro. Pizza, marisco, peixe ou carne? Não procure mais. O que não pode é esquecer-se de reservar porque há restaurantes onde é sempre difícil ter mesa. Bom apetite! Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)
Os melhores restaurantes para crianças em Lisboa

Os melhores restaurantes para crianças em Lisboa

Não se preocupe se o restaurante tem ou não menu infantil. Embora muitos tenham, isso é só um pormenor – e os miúdos nem sequer vão aguentar muito tempo sentados. Se quer comer fora, sem confusões, faça como nós: procure outros pontos de interesse e tenha em conta a facilidade de manter a criançada debaixo de olho. Do pequeno-almoço ao jantar, em Lisboa não faltam restaurantes amigos da família, seja com menus especiais, com área infantil ou apenas esplanadas, esse oásis de liberdade para os mais pequenos. Estes são os melhores restaurantes para crianças em Lisboa. Recomendado: Restaurantes com área infantil em Lisboa para refeições felizes
Os melhores restaurantes em Lisboa até dez euros

Os melhores restaurantes em Lisboa até dez euros

Já foi mais fácil encontrar restaurantes em Lisboa até dez euros e a culpa não é só do turismo ou dos tempos difíceis que o sector atravessa depois de dois anos intermitentes, uma guerra na Europa e uma inflação. Na maior parte das vezes, a qualidade paga-se, mas ainda há excepções. Comer fora não tem de ser uma extravagância e na cidade existem verdadeiros achados. Pense num prato rico, em comida saborosa e atendimento simpático – às vezes até familiar. Para encher a barriga sem esvaziar a carteira, este barato não lhe vai sair caro. São 20 restaurantes até 10€, mas também temos outras sugestões de restaurantes baratos onde poderá ser feliz sem pesar na carteira.  Recomendado: Os melhores balcões em Lisboa
20 restaurantes em Lisboa até 20 euros

20 restaurantes em Lisboa até 20 euros

Sim, não escrevemos de ânimo leve. Sabemos que 20€ não é necessariamente barato, mas também já por aqui enumerámos os restaurantes até 10€ aos quais gostamos de ir. Estes que aqui lhe deixamos são os que se seguem: 20 restaurantes em Lisboa até 20€, onde de resto não precisa de gastar isso tudo para ser feliz. De boa comida tradicional a pratos do mundo, há mesas onde sabe sempre bem voltar – e é bom saber que nem só de clássicos se faz esta lista, afinal ainda há projectos a abrir onde é possível comer sem gastar demasiado. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa (e arredores)  
Os 124 melhores restaurantes em Lisboa

Os 124 melhores restaurantes em Lisboa

Sendo a Time Out afamada pelas suas listas, esta que aponta os melhores restaurantes em Lisboa (e aqui mesmo ao lado) é, provavelmente, a mais discutida – e também a mais procurada. Levamos tempo a chegar ao número final, sabendo sempre que a unanimidade à mesa não existe. Vamos a um teste? Qual é o melhor croissant? E a melhor bifana? E onde é que se come o melhor cozido à portuguesa ou o melhor bacalhau? Nunca haverá uma só resposta. Certo é o esforço feito para demonstrar a diversidade de uma cidade que não pára de crescer. Um esforço que é também fruto de muitas visitas a restaurantes – e nunca é demais lembrar que a Time Out não escreve sobre restaurantes onde não foi, assim como os críticos da Time Out visitam os restaurantes anonimamente e pagam pelas suas refeições.  Aqui acreditamos estar os 124 melhores restaurantes em Lisboa (apresentados por ordem alfabética), aqueles onde confiamos que não se arrependerá de marcar mesa. *Este artigo foi originalmente publicado na revista Time Out Lisboa, edição 669 — Primavera de 2024. Foram retirados da lista os restaurantes que fecharam ou que perderam, entretanto, os seus chefs. Recomendado: Os melhores novos restaurantes em Lisboa
Restaurantes para o pedido de casamento em Lisboa

Restaurantes para o pedido de casamento em Lisboa

Por estes dias, tornou-se viral um pedido de casamento num dos restaurantes da cadeia 100 Montaditos. Não julgamos, mas temos outras ideias para tornar o momento do "sim!" – esperamos – ainda mais especial. Da alta cozinha com estrela Michelin ao restaurante com pé na areia, deixamos-lhe dez restaurantes perfeitos para o pedido de casamento. Independentemente da escolha – com vista, lugares discretos, ou ambiente de festa para que a celebração seja à altura –, o que garantimos é que vai comer bem. Afinal, o que interessa ter um sítio bonito se depois o prato não acompanhar? Em qualquer um destes restaurantes, dê conta dos planos apaixonados no momento da reserva para que tudo possa correr ainda melhor. Recomendado: Os 124 melhores restaurantes em Lisboa

Listings and reviews (1)

Chefs On Fire

Chefs On Fire

O festival gastronómico dedicado à cozinha de fogo regressa à Fiartil, no Estoril, novamente para três dias de boa comida e concertos. Depois de Gonçalo Castel-Branco, o seu fundador, ter decidido apostar num dia extra no ano passado, o Chefs on Fire volta acontecer em dose tripla, de 20 a 22 de Setembro. Entre os chefs anunciados, destacam-se no cartaz aqueles que este ano brilharam na gala do Guia Michelin: Vítor Matos, que conquistou duas estrelas Michelin para o Antiqvvm e uma para o 2Monkeys; João Sá (uma estrela no Sála) e Rodrigo Castelo (uma estrela e estrela verde no Ó Balcão). Com uma estrela Michelin, estão também confirmados Luís Brito (A Ver Tavira), Arnaldo Azevedo (Vila Foz) e Pedro Pena Bastos (Cura) – os três em estreia no festival onde todos os pratos preparados têm de passar pelo fogo. Capitão Fausto, Bárbara Tinoco e RIOT B2B Pedro da Linha são os cabeças de cartaz, encerrando, respectivamente, os três dias de evento. Bilhetes: quanto custam e onde comprar A entrada diária, que inclui cinco doses de comida e duas bebidas, tem o preço de 90€, enquanto bilhete para os três dias, com 15 doses de comida e 10 bebidas, custa 230€. O bilhete infantil custa 20€ por dia e inclui quatro doses de comida e bebidas ilimitadas na zona kids. Os bilhetes estão à venda online. Crianças até aos seis anos não pagam entrada. Quem cozinha o quê e quando Sexta-feira, dia 20 Mauricio Vale (Soi) Flatbread negro com leitão vietnamita e pickles de mexilhão fumado Luis Gaspar (Bri

News (817)

Às terças, no Santa Joana, pode levar o vinho de casa (sem ter de pagar)

Às terças, no Santa Joana, pode levar o vinho de casa (sem ter de pagar)

No restaurante em Lisboa de Nuno Mendes, comandando diariamente por Maurício Varela, os clientes são convidados às terças-feiras a levar uma garrafa de vinho de casa sem que seja cobrada a taxa de rolha, dando assim oportunidade a que a conta no final possa não pesar tanto.  “Com o novo ano, veio a consolidação do restaurante e um rol de novidades que serão anunciadas ao longo dos próximos meses”, lê-se no comunicado. A oferta é válida, no entanto, para uma garrafa por cada dois convidados. Em mesas de cinco ou mais clientes, além do limite anunciado, é necessária também a compra de vinho do menu do restaurante. Foi com o Santa Joana, no recém-inaugurado hotel Locke de Santa Joana, junto ao Marquês de Pombal, que Nuno Mendes regressou a Lisboa. Com Maurício Varela, que vinha a dar nas vistas no Dahlia, no Cais do Sodré, o chef quer fazer deste restaurante um sítio “boémio, divertido e sofisticado, que não seja fine dining, mas fun dining”. O espaço é imponente, qual convento, com um projecto de interiores da responsabilidade do estúdio do catalão Lázaro Rosa-Violán. É sóbrio e elegante, de tal forma que fica difícil imaginar que aqui chegou a funcionar um posto da PSP. À entrada, destaca-se um balcão alto no qual são servidos apenas pratos frios. Na mesma sala, há várias mesas. Acima, um bar; abaixo, mais mesas, num ambiente mais íntimo.  Nas entradas frias, a barriga de atum maturada, com caldo do refogado, azeite maduro e flores de aliums da época e o tártaro de carne de va
Ljubomir Stanisic admite “desafio” com perda da estrela, mas objectivo “não são os prémios”

Ljubomir Stanisic admite “desafio” com perda da estrela, mas objectivo “não são os prémios”

Nem só de boas notícias se fez a gala Michelin, que aconteceu esta terça-feira na Alfândega do Porto. Há oito novos restaurantes com uma estrela Michelin, mas o 100 Maneiras, de Ljubomir Stanisic, perdeu a distinção. Apesar de ter estado no Porto, onde participou até num jantar especial na noite anterior na Casa de Chá da Boa Nova, de Rui Paula, Ljubomir não esteve na gala. Por escrito, à Time Out, o chef diz desconhecer os critérios de avaliação do Guia Michelin, mantendo a vontade de “continuar a trabalhar sempre, como antes”. “O nosso objectivo não são os prémios, eles são apenas um reconhecimento do trabalho que é feito todos os dias.” Embora os restaurantes que perdem as estrelas não sejam revelados, soube-se que o 100 Maneiras, de Ljubomir Stanisic, perdeu a distinção a partir do momento em que foi dito no fim da cerimónia que Portugal tinha agora 38 restaurantes com uma estrela Michelin. Ora, se foram oito as novas adições e se antes eram 31 os restaurantes com uma estrela, as contas não batiam certo. Havia ainda os zunzuns pouco tempo antes de o evento arrancar de que o 100 Maneiras poderia estar em risco. A verdade é que não foi preciso esperar muito para perceber que o restaurante tinha realmente perdido, uma vez que no site da Michelin, na página do restaurante, o símbolo da estrela havia desaparecido. “Vamos continuar a trabalhar sempre, como antes, para sermos sempre melhores, para nos superarmos, para sermos uma mais-valia para quem nos visita, para quem tr
Portugal tem, finalmente, uma mulher com estrela Michelin

Portugal tem, finalmente, uma mulher com estrela Michelin

Foi uma noite de confirmações, mas também de surpresas, entre as quais a perda da estrela de Ljubomir Stanisic no 100 Maneiras, no Bairro Alto. Foi, acima de tudo, uma noite em grande para a gastronomia portuguesa, que viu reconhecidos oito restaurantes com uma estrela Michelin, entre os quais Marlene, de Marlene Vieira, e o Blind e o Oculto, ambos de Vítor Matos, que já no ano passado se tinha distinguido na gala Michelin.  Era só uma questão de tempo e a ovação na sala foi disso prova. Portugal tem, finalmente, uma mulher com uma estrela Michelin. A antecipada e muito desejada estrela chegou finalmente a Marlene Vieira com o seu Marlene, aberto em Santa Apolónia há dois anos (a chef está ainda no Time Out Market Lisboa, desde o primeiro dia, e lidera também o restaurante Zumzum Gastrobar). Na noite em que também Vítor Matos voltou a subir ao palco não uma, mas duas vezes, ao conquistar uma estrela Michelin para o Oculto, em Vila do Conde, e outra para o Blind, no Porto, a grande surpresa terão sido as distinções de Habner Gomes no YŌSO, Rui Filipe, no Palatial, em Braga, e Philippe Gelfi, no Grenache, em Lisboa.  Nos novos restaurantes estrelados destacou-se ainda o Vinha, em Vila Nova de Gaia, chefiado por Henrique Sá Pessoa e Jonathan Seiller. Surpreendentemente, o vegetariano Arkhe, de João Ricardo Alves, em Lisboa, conquistou uma estrela, mas não houve quem subisse ao palco para receber o reconhecimento.  Ao segundo ano da gala Michelin dedicada em exclusivo a Portugal,
O Arkhe ganhou uma estrela Michelin e ninguém apareceu. “Estávamos a trabalhar”

O Arkhe ganhou uma estrela Michelin e ninguém apareceu. “Estávamos a trabalhar”

O momento foi de estranheza. Marta Leite Castro, que conduzia a gala Michelin, nesta terça-feira, na Alfândega do Porto, preparava-se para anunciar os restaurantes que receberiam a primeira estrela Michelin, depois de uma série de subidas ao palco para prémios especiais, recomendações e Bib Gourmand. Sentia-se a tensão e a curiosidade pela descoberta das novas estrelas, anunciadas por ordem alfabética. O vegetariano Arkhe, de João Ricardo Alves e Alejandro Chávarro, foi o primeiro galardoado e o inusitado aconteceu. Seria suposto que o chef subisse ao palco para receber a distinção e vestisse a jaleca, mas nada aconteceu. “Ninguém?”, perguntou a apresentadora. Ninguém. À Time Out, Alejandro Chávarro desvaloriza. “O que aconteceu foi algo muito simples: estávamos a trabalhar.” “É a realidade de um restaurante independente. Às vezes, não dá para sair do restaurante. Nós estávamos a trabalhar ontem à noite e o restaurante está com muita procura, temos toda a semana completa e não conseguíamos ir”, explica ao telefone o colombiano que de cliente do Arkhe passou, em 2020, a co-proprietário.  O restaurante, que em 2023 mudou de morada para ganhar novas e melhores condições, posicionando-se cada vez mais para a estrela Michelin, já fazia parte do guia como recomendado. Nos últimos meses, porém, tem sofrido algumas transformações, tendo também tido a equipa reduzida, como reflecte Alejandro Chávarro. “O mercado, no ano passado, não esteve nada bom, sobretudo na parte dos almoços. A p
Em Alvalade, o Cultural Club aposta nas sandes italianas, mas acima de tudo em criar uma marca

Em Alvalade, o Cultural Club aposta nas sandes italianas, mas acima de tudo em criar uma marca

A ideia já existia de alguma forma e por isso quando a oportunidade surgiu não foi preciso pensar muito. Havia um espaço para ser explorado no Kübe Coworking e o desafio foi lançado aos sócios do Cobaia, não muito longe dali. “Inicialmente o pedido até era mais para [criarmos] uma coisa de cafeteria/brunch”, revela João Gama. “Mas eu não queria abrir mais um brunch igual ao que já existia”, completa Jorge Redondo, que optou por se atirar a um menu de sandes italianas. O Cultural Club abriu há menos de um mês com um menu curto e simples, mas nem por isso descuidado. O espaço tem onda, mas é pequeno – ao contrário dos planos.  “Eu já tinha isto na cabeça há algum tempo. Fui a Itália muitas vezes quando era miúdo e a pizza al taglio [pizza à fatia] era das coisas que mais me marcava. Depois, começou-se a inovar e começou a haver muitas casas de sandes. Não vou mentir, não estou a inventar a roda, não estou a inventar nada, mas isso foi a minha grande inspiração para aqui”, conta Jorge Redondo, sócio que é também o chef do Cobaia e deste Cultural Club.  Da ideia da pizza à fatia, ficou a vontade de fazer alguma coisa que funcionasse de forma rápida e prática. De Itália, chegam os ingredientes escolhidos a dedo, entre vários testes. Já o pão é feito na vizinha Isco, agora nas mãos do grupo Paradigma (Ofício, Canalha…). “Até chegarmos ao pão foi um processo demorado, começámos com umas ciabattas, mas não estávamos a gostar. A focaccia nunca esteve em questão porque é um pão muito g
Antes do fecho em Abril, Leopoldo Calhau celebra a vida da Taberna do Calhau

Antes do fecho em Abril, Leopoldo Calhau celebra a vida da Taberna do Calhau

Depois de funcionar de forma intermitente nos últimos meses, no final de Janeiro Leopoldo Calhou acabou mesmo por anunciar o fecho da Taberna do Calhau, na Mouraria. Agora, criou um menu especial com alguns dos pratos mais emblemáticos para chamar clientela enquanto celebra a história do restaurante. Custa 30€ e está disponível até domingo. Depois disso, a Taberna fecha para férias e quando regressar, em Março, volta o mesmo menu. O fecho definitivo está marcado para a Páscoa. A falta de clientes numa zona que se tem vindo a transformar e cujas notícias não abonatórias têm contribuído em parte para essa viragem são a principal razão para Leopoldo Calhau deitar a toalha ao chão e optar por seguir outro caminho. Mas não só. “Eu quero ter tempo para a família. Tenho que estar com os meus filhos”, diz à Time Out, admitindo “algum cansaço”. “São muitos anos. Já não vou para novo”, ri-se, ao telefone, confiante na decisão tomada. “Estas notícias de agora complicaram muito, vieram dar cabo ainda mais do negócio, mas isto é um processo que já tem um ano e meio. Há quase dois anos que estou a tentar trespassar [o espaço] e não consigo”, revela.  “Os nossos clientes hoje em dia – os que fizeram com que a Taberna existisse – vão com muito menos frequência e, economicamente, deixou de ser um projecto apetecível porque é preciso outras dinâmicas, mudanças de conceitos e outras coisas. A Taberna do Calhau, em si, pela zona em que está, não está a conseguir angariar os clientes necessários”
Na Estrela, junto à Basílica, a mais famosa tarte de queijo da cidade ganhou um quiosque

Na Estrela, junto à Basílica, a mais famosa tarte de queijo da cidade ganhou um quiosque

Quando há cerca de cinco anos, vindo de Espanha, Hugo Candeias se atirou a uma tarte de queijo ao estilo basco para servir num menu que era entregue em casa – vivíamos os tempos estranhos de covid –, não imaginou que criaria daí uma marca, a DONA, e que hoje estaria à conversa na esplanada do quiosque que serve unicamente a mesma tarte. “Nunca na vida pensei que uma tarte de queijo se tornasse este fenómeno”, admite o chef executivo do grupo Paradigma, que detém o Ofício, onde Hugo Candeias passa grande parte do tempo, além da Lota Sea & Fire, Café do Paço, Canalha e, mais recentemente, a Isco. O quiosque da DONA, mesmo ao lado da Basílica da Estrela, e em frente ao jardim, é a nova aposta. “Já havia necessidade há algum tempo de colocar a tarte em algum lado. Andamos aqui no Ofício, Lota, Ofício, Lota, Ofício, Lota... Surgiu esta oportunidade, com este quiosque, e não pensámos duas vezes. Foi automático”, revela Hugo Candeias. “Só temos a tarte à fatia [4,50€], contudo, se encomendares uma inteira [35€] é possível recolher aqui também. Ou seja, basicamente abrirmos mais um ponto de recolha da tarte de queijo. Há a Lota, o Ofício e agora o quiosque da Estrela. Mas o nosso core aqui é vender a fatia”, explica. Para acompanhar há uma oferta de cafetaria e um menu que combina a fatia com um café (5,50€). Gabriell Vieira Num dia de semana, pouco antes das 11.00, as três mesas do quiosque estão ocupadas e as pessoas que vão chegando acabam por se sentar nos bancos espalhados pel
Kitu: champanhe e ceviche (do Equador) em Campo de Ourique

Kitu: champanhe e ceviche (do Equador) em Campo de Ourique

Ela deixou de ser chef pasteleira no LOCO, restaurante com uma estrela Michelin de Alexandre Silva. Ele mantém-se como escanção e head sommelier do estrelado Fifty Seconds. Grace Lora e Marc Pinto conheceram-se, há muitos anos, no Lasarte, o restaurante com três estrelas Michelin de Martín Berasategui, em Barcelona. Apaixonaram-se e foram acalentando o sonho de ter um negócio próprio que casasse os seus dois mundos, não tão distantes assim. A Kitu Champanheira, aberta desde o final do ano passado, é a concretização dessa vontade. Fica em Campo de Ourique e é tanto perfeita para beber um copo como para provar algumas das iguarias inspiradas no país de origem de Grace, o Equador. Rita Chantre Natural de Quito – daí o nome, com K por ser assim que os nativos a escrevem –, é ao Equador que Grace vai buscar muitas das receitas que serve. A ideia é que tudo vá bem com um copo de espumante ou champanhe, seja para um petisco rápido ou uma refeição completa. “Sempre quisemos ter um negócio próprio relacionado com vinhos e comida típica, ou seja, que juntasse os nossos dois mundos. O Marc adora comida típica”, conta Grace, exemplificando com o ceviche de tremoços (6€). “As pessoas pensam nos tremoços para petiscar, mas no Equador usamos muito”, revela, apontando a principal diferença entre o ceviche equatoriano e o peruano. “Nunca pomos batata doce.” Rita Chantre É por isso, acredita, que a Kitu se distingue. “A comida que servimos é diferente do que habitualmente encontramos. A di
A primeira gala do Guia Repsol para Portugal acontece em Santarém em Abril

A primeira gala do Guia Repsol para Portugal acontece em Santarém em Abril

O anúncio do regresso do Guia Repsol a Portugal foi feito em Espanha no ano passado e desde então que a marca se tem vindo a mostrar por cá, com as inspecções aos restaurantes a acontecer desde o Verão. A festa de entrega dos primeiros prémios estava prometida para 2025 e sabe-se, desde esta terça-feira, que vai acontecer em Santarém, no Convento de São Francisco, a 7 de Abril.  “Estão a acontecer coisas maravilhosas em Portugal, não tem nada a ver com 2015 [ano do último levantamento do Guia Repsol em território nacional]. Estamos a sentir o pulso da gastronomia, estamos a encontrar pessoas jovens, restaurantes evoluídos”, começou por dizer María Ritter, directora do Guia Repsol, na conferência de imprensa que aconteceu esta terça-feira, na Manja Marvila, destacando o “momento explosivo” que a gastronomia nacional vive.  No final de 2024, em jeito de apresentação do guia à imprensa nacional, Ritter já antecipava que a gala que pretende distinguir os melhores restaurantes do país aconteceria fora de Lisboa e no Porto. “O Guia Repsol só podia voltar em Santarém”, celebrou João Teixeira Leite, presidente da Câmara de Santarém, lembrando a relação de 20 anos com a petrolífera, “parceira principal do Festival Nacional de Gastronomia e da Feira Nacional de Agricultura”.  DRA apresentação da primeira gala aconteceu esta terça-feira na Manja Marvila Marcada para 7 de Abril, quase um mês depois da gala em Espanha, que acontece a 17 de Março em Tenerife, a entrega dos sóis – símbolo
É um restaurante? É um casino? É uma prova de vinhos? É tudo ao mesmo tempo e é bem divertido

É um restaurante? É um casino? É uma prova de vinhos? É tudo ao mesmo tempo e é bem divertido

A aposta e o foco do Boubou’s continua a estar na alta cozinha, mas às quartas-feiras, dia em que o restaurante estaria fechado, trocam-se as voltas, relaxa-se e aposta-se sobre vinho. Tem sido assim desde Dezembro e, a avaliar pela adesão, assim vai continuar. O Wine Casino, ideia da sommelier Anastasiia Kornilova, é um jogo, mas é também uma prova cega de vinhos – e é a confirmação de que, por maior que seja a ambição, um restaurante pode ter várias vidas sem nunca perder a identidade.  A ideia de fazer nascer uma sala de jogo num restaurante de fine dining só poderia acontecer numa casa à imagem de Louise Bourrat, também ela uma chef irreverente e livre. Nas noites de Wine Casino, porém, não é a chef luso-francesa que por lá anda, até porque não é o menu de degustação (95€-125€) que é servido, mas sim uma carta de petiscos descomplicada. “No início, o Boubou's era um restaurante muito mais casual e havia sempre muita gente do bairro e amigos que se cruzavam aqui. Era uma coisa muito simpática e, às vezes, temos saudades”, começa por contar à Time Out, via telefone, Alexis Bourrat, irmão de Louise e proprietário do Boubou’s, a par da sua mulher Agnes. “O Boubou's agora é um restaurante gastronómico, é uma experiência totalmente diferente”, completa, lembrando o “ambiente mais leve e descontraído” dos tempos iniciais. “Quando decidimos passar de sete dias [abertos] para cinco, a equipa disse que havia dois dias da semana em que se podia organizar uma coisa fixe e a Anastasii
Nas Laranjeiras, o chef Harry combina ramen, sushi e a entrega aos clientes

Nas Laranjeiras, o chef Harry combina ramen, sushi e a entrega aos clientes

A energia é contagiante. Conquista e desarma. Ninguém entra sem uma efusiva recepção, mesmo que nem chegue para comer. E ninguém sai sem provar alguma coisa, nem mesmo a cliente que chega apenas para marcar uma mesa. “Quatro pessoas para amanhã? Está bem. Agora, não vá embora, espere um segundo.” E em menos de nada, um niguiri é oferecido. Hari Magar, ou chef Harry, não consegue ser de outra forma. Já era assim no Tomo, o restaurante japonês em Algés onde acabou por se destacar nos últimos anos, mas ainda o consegue ser mais agora, que abriu o seu próprio restaurante. O Matsukawa Sushi & Ramen Bar fica nas Laranjeiras e combina sushi e ramen na mesma carta, dois universos que, embora pareçam próximos, não têm por hábito comungar no mesmo espaço. Mas se é disso que os clientes gostam, é isso que Harry vai fazer.  Rita Chantre Foi em Portugal que o chef Harry, como gosta de ser chamado e como é conhecido, teve contacto com a gastronomia japonesa. Vindo do Nepal, há cerca de 12 anos, entrou na restauração nos Meninos do Rio. “Tinha comida italiana, portuguesa e japonesa. Comecei a vida lá”, recorda, num português com sotaque, mas facilmente compreensível. “Aprendi a falar português em seis meses”, orgulha-se, contando que esse foi também o tempo que precisou para chegar à cozinha e tornar-se “segundo cozinheiro”. Seguiram-se passagens pela Confraria Lx e pelo Arigato Sushi House, antes de chegar ao Tomo, onde acabaria por ficar à frente do restaurante depois da saída do chef T
Uma experiência com estrela Michelin com desconto? É no LOCO, mas só durante um mês

Uma experiência com estrela Michelin com desconto? É no LOCO, mas só durante um mês

Reservar uma mesa num restaurante com estrela Michelin não é, infelizmente, acessível a todos (ou, pelo menos, não é uma prioridade). O preço mais elevado, justificado por todo o trabalho envolvido e pelos produtos escolhidos, é na grande maioria das vezes o maior entrave. Para minimizar esse afastamento, até ao dia 9 de Março, é possível jantar no LOCO, o restaurante estrelado de Alexandre Silva na Estrela, com 30% de desconto.  A promoção é válida apenas para reservas feitas através do The Fork e está limitada a quatro pessoas por mesa e ao menu de degustação (sem bebidas), que tem o preço habitual de 160€ para 16 momentos. Isto significa que nos próximos dias – com excepção da noite de 14 de Fevereiro –, o menu ficará por 112€. Mas, atenção, o LOCO é pequeno e por isso os lugares são muito limitados. Arlei Lima No restaurante, o menu não desvenda nunca nada do que vem para a mesa, mas deixa pistas: “O LOCO é orgânico, valoriza os produtos nacionais e a natureza. Vive ao sabor das micro estações, inspira-se na tradição e nas referências identitárias da gastronomia nacional, mas subverte e eleva-as a um outro nível conceptual, desafiando a regra através da pesquisa e experimentação de novos procedimentos. O LOCO é uma corrente criativa constante, uma atitude. É uma experiência total, que promove a relação entre os clientes e a cozinha do restaurante”. 🍿 Dia dos Namorados: lá vamos nós outra vez – leia grátis a nova edição da Time Out Portugal 🏃 O último é um ovo podre: