Arlei Lima

Arlei Lima

Fotógrafo

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A nova vida do Fifty Seconds, agora com Rui Silvestre

A nova vida do Fifty Seconds, agora com Rui Silvestre

Cinquenta segundos – o tempo da viagem de elevador – é quanto basta para perceber que o Fifty Seconds mudou. Não que o restaurante tenha realmente mudado, mas entre as caras conhecidas são muitas as novas. No ar, sente-se a energia de um novo ciclo, encabeçado por Rui Silvestre, que vindo do Vistas, no Algarve, ocupou o lugar de Martín Berasategui e Filipe Carvalho. Como tinha prometido, o chef está bem presente na sala. Ora recebe quem chega, ora finaliza algum prato ou acompanha o serviço. Talvez não vá ser sempre assim, mas por agora Rui Silvestre quer garantir que o arranque do restaurante, na sua segunda semana de portas (re)abertas, não descarrila nem desilude – e as expectativas são muitas. Arlei LimaO menu arranca com um cocktail finalizado na mesa Quem já esteve no Fifty Seconds, que em Fevereiro viu a sua estrela Michelin renovada, ao contrário do Vistas, que com a saída de Rui Silvestre perdeu a distinção, continuará a sentir o conforto de ter Rui Monteiro como chefe de sala e Marc Pinto como escanção, mas reparará também que há novas pessoas a fazer daquela a sua casa, como é o caso de José Marta, que subiu do Algarve para Lisboa para estar ao lado do chef. O menu é apenas um e tem como nome uma data: 1497, o ano da partida da expedição de Vasco da Gama, em direcção à Índia. Quando falou com a Time Out, duas semanas antes de abrir o restaurante, Rui Silvestre já antevia o caminho: “A parte da junção das especiarias com os produtos do mar vai continuar. A maior p
À flor da pele: as tatuagens dos chefs

À flor da pele: as tatuagens dos chefs

Ljubomir Stanisic Tinha 14 anos quando começou a guerra em Sarajevo. Saído da escola, com três amigos, marcou a mão a tinta da china. Desde então, não há tatuagem no corpo que não conte um pedaço da sua história. A entrada na cozinha, o dia em que conheceu a mulher, o nascimento dos filhos, a morte do pai... Um trabalho inacabado, tal como a mais recente empreitada. “Guernica, do Picasso. É o meu quadro favorito.” Explicasse Ljubomir o significado de todas as tuatuagens e talvez não fosse tão temido, só o chef que agarra o touro pelos cornos (tal como na tattoo que esconde debaixo da jaleca e cuja figura se tornou também símbolo do seu 100 Maneiras).  Arlei Lima Louise Bourrat Treize. Ou 13. Podia ser o número da sorte da luso-francesa, mas é antes o número da temporada do programa televisivo francês Top Chef do qual se sagrou vencedora no ano passado. A mesma tatuagem têm os outros concorrentes. “Fui eu que lhes fiz”, conta a chef do Boubou’s no Príncipe Real. Hélène Darroze, com seis estrelas Michelin em três restaurantes, fazia parte do júri e ficou tentada, mas Louise não se atreveu a deixar-lhe uma marca. “Comecei a fazer tatuagens como hobby durante a pandemia, a maioria das minhas fiz sozinha.” O desejo é fazer mais, assim que haja uma folga. Arlei Lima  Fábio Algarvio e Zé Paulo Rocha Na Mouraria, a dupla da tasca mais punk da cidade já (quase) dispensa apresentações. São a cara e a alma do Velho Eurico e isso, mais tarde ou mais cedo, vai acabar por ficar agarrad
JMJ. Lisboa chamou a si a multidão e deu-lhe uma cruz para carregar

JMJ. Lisboa chamou a si a multidão e deu-lhe uma cruz para carregar

“Como é que se vai para Belém?” Estamos na estação do Cais do Sodré, em frente aos ecrãs de chegadas e partidas, e quem nos atira a pergunta é uma freira italiana. “Temos de apanhar o comboio, mas ainda não é possível. Se quiserem, podem tentar ir de eléctrico”, respondemos, antes de explicar que, quando quiserem dirigir-se para a chamada Colina do Encontro, no Parque Eduardo VII, vão ter de fazer o caminho inverso e apanhar novamente o metro. “Se calhar, é melhor irmos já para a Colina”, diz a freira. A sua colega acena que sim, e agradecem-nos, antes de atirar a toalha ao chão. O primeiro encontro da comunidade católica, vinda de todo o mundo, com a capital portuguesa – e o plano de mobilidade desenhado para a receber – revelou-se, no mínimo, atribulado esta terça-feira, 1 de Agosto, o primeiro de seis dias da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa. Não é apenas o vai-e-vem a desanimar as freiras. É a multidão compacta a tentar perceber como sair do sítio e que direcção tomar. Às viagens é preciso somar uma grande dose de paciência e auto-controlo. Cerca de meia hora antes, quando o relógio estava para bater as dez da manhã, uma jovem francesa, de bandeira sobre os ombros e bola anti-stress nas mãos, tinha tido um ataque de pânico na parte inferior da estação. Nessa altura, uma massa única de gente, feita de muitos corpos e muitas línguas, tentava subir da plataforma do metro. Mas o acesso ao controlo de entradas e saídas estava congestionado e a jovem, lavada em lágr
Fotogaleria: loucos são os outros

Fotogaleria: loucos são os outros

Há noites que ainda não aconteceram, mas sabemo-las especiais, sobretudo pelo que prometem, mas também pelas pessoas envolvidas. Foi o que aconteceu quando, no final de Abril, Alexandre Silva anunciou que ia ter como convidado do LOCO o chef japonês Zaiyu Hasegawa, do DEN, restaurante em Tóquio que ficou em primeiro lugar na lista do 50 Best Restaurants na Ásia e que tem ainda duas estrelas Michelin e uma estrela verde. Sem deixar que estes títulos pesassem, o encontro entre os chefs acontecia pouco depois, a 11 de Maio, motivado apenas pelo objectivo de passar um bom bocado. As expectativas cumpriam-se.  “Se conheces o Alexandre Silva, conheces o Zaiyu”, dizia-nos um dia antes Koji Hanada, cozinheiro do DEN que acompanhou Zaiyu Hasegawa nesta vinda a Portugal e que serviu também como tradutor, já que Zaiyu fala apenas japonês, apesar de compreender algumas coisas em inglês. “Pensam da mesma forma”, garantia. Por coincidência, ou talvez não, nesse dia, ambos os chefs passavam uma mensagem nas t-shirts. Se na de Alexandre se exaltava a necessidade de se semear, na de Zaiyu declarava-se a vontade de ir pescar. “Eles não se preocupam apenas com os produtos, mas com os pescadores, os agricultores, os produtores. É preciso cuidar deles”, acrescentava ainda o jovem cozinheiro, com o aval de ambos. “O Zaiyu é um chef de quem me sinto perto. Tento ter a mesma filosofia. Eu conheci-o há dois dias, mas é um professor de há muitos anos, tenho lido o que diz, o que pensa e o que faz”, co