Raphael Vidal
Foto: Stefano FigaloRaphael Vidal
Foto: Stefano Figalo

Raphael Vidal: o midas dos botecos

Conheça a história do nome por trás de sucessos como Casa Porto, Bafo da Prainha e Dois de Fevereiro.

Renata Magalhães
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Foi na rua que Raphael Vidal aprendeu a cozinhar. O carioca saiu de casa aos 13 anos e foi morar em Vista Alegre, bairro próximo ao Irajá, no subúrbio do Rio. Lá foi apresentado aos terreiros de umbanda, ao samba como essência e à cultura das ruas. Mas antes do sucesso em estabelecimentos tão queridos pela cidade, muitos capítulos construíram a sua trajetória. 

O desejo de movimentar a cultura o fez trabalhar na Pallas Editora, onde conheceu o trabalho de Nei Lopes e Conceição Evaristo. Em 2008, bem antes da revitalização da Zona Portuária, foi morar no Morro da Conceição e abraçou a tradição perdida das festas no local. "Passei a cozinhar rabada, mocotó e dobradinha, enquanto recebia amigos com instrumentos musicais para tocar a tarde afora", lembra o rapaz, com diploma em Filosofia pela UFRJ.

Produziu, em 2012, o Fim de Semana do Livro no Porto, cujo sucesso lhe rendeu um convite para ser produtor do Museu de Arte do Rio. Então chegou a hora de ter seu próprio espaço cultural: assim nasceu, no ano seguinte, a Casa Porto. Os anos áureos sofreram um baque com a crise de 2018. Prestes a perder o espaço (e sua própria casa), decide mudar o foco. 

No último mês, passou a cozinhar moela à milanesa e coxinha de perfil, sendo abraçado pela comunidade. Veio então a epifania: transformou o espaço num botequim e encontrou sua vocação. “Cheguei por necessidade e terminei com uma realização”, conta o responsável pelo cardápio de todas as casas em funcionamento hoje. Além da Casa Porto, ele ainda é dono do Bafo da Prainha, aberto em 2021, e do Dois de Fevereiro, voltado para a cultura baiana.

A próxima página já começou a ser escrita: Raphael está à frente do projeto do Reviver Centro que vai transformar a Rua da Carioca na Rua da Cerveja, com ocupação dos imóveis hoje abandonados por cervejarias. "Vamos replicar uma metodologia que deu certo, respeitando a história local e trazendo este espaço de volta para o cotidiano do Rio", promete. A cidade agradece. 

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