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Please don't tell: experiência de luxo em Búzios é marcada por altos e baixos

Um relato sobre gastronomia e hospitalidade na cidade litorânea.

Escrito por Bruno Chateaubriand
Colaborador
Vista do hotel Insólito, em Búzios
Bruno ChateaubriandVista do hotel Insólito, em Búzios
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Um dos destinos mais buscados pelos cariocas e fluminenses é, claro, a praia. Quem cresceu em cidade litorânea entende muito bem o poder de um mergulho no mar e sente o humor mudar só de sentir o vento que vem do oceano. Um carioca que não gosta de pôr os pés na areia, convenhamos, não é um verdadeiro carioca. Para congregar desse estilo de vida, até mesmo nas férias ou passeios, cariocas sempre vão em busca do sol. De preferência, numa boa e agradável praia.

Búzios foi o destino que escolhi para um fim de semana de descanso. Dados do Conselho de Turismo da Costa do Sol apontam que a cidade da Região dos Lagos recebeu, em recente fechamento de números de um ano turístico da cidade, 671.819 visitantes nacionais e 320.320 estrangeiros. E eu, claro, sou um deles.

Foi um fim de semana para relembrar o meu passado, quando passava longos dias no sol de Geribá, Ferradura e companhia. Pegamos o carro e partimos para o balneário. Mesmo em baixa temporada, o clima estava perfeito, a cidade não estava cheia – a população local não chega a 40 mil habitantes – e seria um momento único para uma visita ao hotel boutique Insólito, endereço que foi palco do meu casamento, em 2019.

Chegamos na sexta-feira (14). Depois de uma ampla reforma, o espaço, cercado por praias deliciosas, está novinho. Duas piscinas, spa, espaço para eventos e um serviço acolhedor.

Café da manhã do hotel Insólito, em Búzios
Bruno Chateaubriand |Café da manhã do hotel Insólito, em Búzios

O café da manhã, correto, segue o padrão à la carte, no qual o hóspede escolhe todos os itens. Iogurtes, pratos quentes, frutas e frios estavam à disposição. O almoço, no entanto, foi a pedra no sapato. Um prato levou mais de uma hora e meia para chegar à mesa e, mesmo depois de tanta demora, alguns erros foram observados. A gerente de alimentos e bebidas, Etiara Gomes, foi extremamente gentil e nos ofereceu uma experiência para o dia seguinte, e ainda abonou os pratos que chegaram com problemas.

No segundo dia, a chef Victoria Teles estava presente e nos ofereceu pratos que ainda nem tinham entrado no cardápio. O gesto da chef reflete toda a presteza do time.

Ao caminhar pelas ruas da cidade, imortalizadas pela atriz francesa Brigitte Bardot, uma apaixonada pelo balneário, perguntei a alguns amigos o que achavam do serviço de comida do Insólito. Pelas respostas deles, percebi que essa é realmente uma questão, já que a demora no serviço é constante. Esse problema pode ser corrigido rapidamente, ainda mais em um destino em que as diárias são caras.

O destaque do restaurante do hotel é, sem dúvida, a carta de vinhos, com mais de oitenta rótulos disponíveis. A adega propõe um passeio por castas de diversos países, como Chile, França, Portugal, Espanha, Brasil, Uruguai e Itália. Uma garrafa de vinho selecionado Chardonnay, na carta, custava R$138.

Nos quartos, tudo muito arrumado e de profundo bom gosto, com lençóis de altíssima qualidade, daqueles que fazem a gente esticar mais uns cinco minutinhos na cama.

Outro detalhe que pode melhorar é a maçaneta dos quartos. Para fechar, a porta precisa ser batida, provocando um barulho estrondoso. Em uma das noites, acompanhei entradas e saídas de um vizinho no corredor apenas pelo som das batidas da maçaneta.

 Almoço no Místico, em Búzios
Bruno Chateaubriand |Almoço no Místico, em Búzios

Como Búzios brilha com suas praias, fomos desfrutar do vento do fim de tarde em um restaurante muito comentado da região. O chef chileno Felix Sanches assina a gastronomia do Místico, dentro do hotel Abracadabra. Ele já foi vencedor do prêmio Comer e Beber, da revista Veja Rio, pela assinatura na gastronomia francesa do L’Etoile, no Sheraton Rio.

A comida de Felix é simplesmente sensacional, e poderia estar em qualquer restaurante estrelado do planeta, combinando com mestria a complexidade de sabores e uma apresentação sempre impecável.

Essa experiência me trouxe memórias de endereços europeus pela elegância do time. No entanto, não me foi sugerida nenhuma opção para harmonização no jantar, e isso me causou um certo vazio. Uma vez, Bruna Cristofoli, proprietária de uma vinícola em Bento Gonçalves, me disse que o vinho, em um jantar, deve ser tratado como comida. “A bebida co-protagoniza o jantar com os pratos. É um sistema complementar”, me ensinou a produtora.

Enfim, apesar dos altos e baixos, foi um bate-volta delicioso nessa cidade que carrega charme de sobra. Búzios é, sempre, uma boa pedida.

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