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Na última terça-feira, 18, a série documental ‘‘Bateau Mouche: Naufrágio da Justiça’’ estreou na plataforma de streaming da HBO, a Max. Com três episódios, o projeto produzido e dirigido por Tatiana Issa e Guto Barra, investiga um dos maiores desastres marítimos da história do Brasil, mostrando os erros, as negligências e as impunidades que marcaram o caso.
Na noite do Réveillon de 1988, o barco Bateau Mouche IV saiu de Copacabana rumo a Botafogo, com mais de 140 pessoas a bordo. A embarcação ofereceria uma experiência exclusiva de festa de ano novo em alto-mar, com comida e música ao vivo. No entanto, a embarcação foi parada pela Capitania dos Portos por suspeita de superlotação e obrigada a retornar ao cais. Pouco depois, foi liberada, mas nunca chegou ao destino final. Por volta de 23.50, o barco afundou, vitimando 55 pessoas.
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A série mostra o impacto do naufrágio através de imagens de arquivo e entrevistas exclusivas com sobreviventes, familiares das vítimas, advogados, especialistas e pescadores envolvidos no resgate. Entre os depoimentos inéditos, estão Fátima Bernardes, Malu Mader e Bernardo Amaral – filho de Yara Amaral, atriz que foi uma das vítimas da tragédia. A produção ainda trouxe reconstituições detalhadas, realizadas tanto no mar, quanto em um tanque projetado.
Os dois primeiros episódios contam as histórias das vítimas e recriam o momento em que a embarcação afundou. Já o terceiro, detalha o longo processo de julgamento dos acusados, empresários espanhóis que mantinham empreendimentos na cidade. Décadas depois, nenhum dos envolvidos está preso e somente uma família recebeu indenização, tornando o caso um símbolo de impunidade do país.