Instituto Mar Urbano
Ricardo GomesInstituto Mar Urbano
Ricardo Gomes

Projetos sustentáveis no Rio de Janeiro

Da destinação correta de resíduos sólidos até a preservação da biodiversidade, iniciativas fora da caixinha que melhoram o mundo e ainda promovem a economia circular na cidade.

Renata Magalhães
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O Brasil assumiu a presidência do G20 até novembro de 2024, quando a Cúpula de Líderes se reúne aqui no Rio de Janeiro para apresentar a conclusão dos trabalhos conduzidos pelo país e aprovar acordos negociados ao longo do ano. A expectativa para o evento, que será realizado nos dias 18 e 19, no Museu de Arte Moderna, é gigantesca e o mundo inteiro voltará suas atenções para a Cidade Maravilhosa – primeira na América Latina a adotar uma estratégia para redução de carbono e adaptação às mudanças climáticas. Por aqui, para além de iniciativas do poder público, há também uma população bastante engajada com essas causas. Confira na lista 35 projetos, de diferentes áreas, que propõem um mundo melhor e mais igualitário para todos. 

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Água e efluentes

Cocôzap

É um projeto de mapeamento, incidência e participação cidadã sobre saneamento básico em favelas. Ele foi estabelecido no complexo de favelas da Maré, um bairro com 140 mil habitantes na Zona Norte. Em parceria com a Casa Fluminense e a Redes de Desenvolvimento da Maré, a equipe trabalha desde 2018 para construir um canal de denúncia, debate e proposição a respeito do tema, bem como abastecimento de água e coleta de lixo na região. Funciona através de um número de whatsapp, que recebe fotos, vídeos e narrativas dos moradores para criar uma base de dados e fazer pressão por políticas públicas. Para saber mais: @cocozapmare.

Grupo Águas do Brasil

O estado do Rio de Janeiro possui uma das Estações de Tratamento de Esgoto mais sustentáveis do país, a Ponte dos Leites, que fica em Araruama. A unidade utiliza tecnologias para o reaproveitamento total dos resíduos decorrentes do tratamento de 7,7 milhões de litros de esgoto. Eles são utilizados para a produção de tijolos artesanais e de um biofertilizante desenvolvido pelo time da empresa Águas do Brasil, evitando a sobrecarga de aterros sanitários. Com um investimento de R$31 milhões, a estação passou por obras de ampliação e modernização em 2023, aumentando em 80% a vazão nominal de tratamento e capacidade para atender até 144 mil habitantes. Para conhecer: @grupoaguasdobrasil.

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Orla Sem Lixo

Apoiado pelo Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o projeto busca uma solução sustentável para o lixo flutuante encontrado nas águas da Ilha do Fundão. Sob a coordenação da professora Susana Vinzon, a ideia é criar um processo para interceptação, coleta, transporte e reciclagem, que dialogue e envolva a comunidade local. Soluções de baixa complexidade e custo, que tragam oportunidades de novas fontes de trabalho e renda, e de recuperação de ecossistemas, protegendo trechos de praia e manguezal. Parte da orla da Enseada do Fundão já ganhou barreiras. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontam que mais de 80 toneladas de resíduos, a maioria plásticos, são despejadas na Baía de Guanabara. Para descobrir: @orlasemlixo

Projeto Bueiro Azul

Os bueiros são a grande porta de entrada para os rios e oceanos. Pensando nisso, a estudante de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Yasmim Soarez idealizou um projeto que consiste na instalação de uma barreira por cima deles – uma espécie de tela feita de aço galvanizado, material bem resistente, para impedir a entrada de resíduos, especialmente materiais plásticos, na rede pluvial. A ideia foi desenvolvida em 2021 e premiada pelo FrancEcolab, uma iniciativa da Embaixada da França, que ofereceu a jovens a oportunidade de tirar do papel projetos em defesa do meio ambiente. O primeiro foi colocado em Higienópolis, em frente a duas escolas municipais onde Yasmin estudou, e o bairro de Manguinhos recebeu mais dois. Para mais detalhes: @bueiro_azul.

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QBan

Desde 2015, os irmãos Liliane Prohmann e Mateus Prohmann desenvolvem soluções para eventos mais sustentáveis e operam banheiros químicos para diferentes festejos. Todos os processos da Action Gestão Ambiental utilizam 100% de produtos biodegradáveis, e os resíduos recebem a destinação correta até uma Estação de Tratamento de Efluentes própria. Neste ano, a dupla chamou atenção durante o Carnaval com o mictório químico Vapee, uma alternativa compacta, mais rápida e higiênica. Estima-se que cerca de 60 mil litros de xixi tenham sido coletados nos mais de 140 espaços espalhados pelo Aterro do Flamengo durante a folia carioca. Para contratar: @qban_banheirosirados.

Alimentação

Favela Orgânica

Lá se vão quase 15 anos desde que Regina Tchelly, com apenas 140 reais no bolso, deu início a um sonho. Era setembro de 2011 quando a cozinheira, depois de fazer uma vaquinha com os vizinhos do Morro da Babilônia e de Chapéu Mangueira, preparou uma oficina sobre o aproveitamento integral de alimentos. Desde então, ela virou uma referência no assunto e viajou o mundo compartilhando seus conhecimentos para mudar a relação das pessoas com a comida. A missão do projeto é conscientizar sobre cada etapa do ciclo da alimentação: do planejamento das compras até o preparo e o descarte, pensando sempre no mínimo de desperdício. Segundo Regina, uma mudança na cultura do consumo é capaz, sim, de acabar com a fome. Para saber mais: @favela_organica.

Food To Save

A foodtech não para de crescer desde a sua chegada ao Rio, em 2022: são mais de 800 mil usuários e 750 estabelecimentos cadastrados. Funciona assim: itens que seriam desperdiçados em estabelecimentos como mercearias, supermercados, hotéis e restaurantes – seja pela proximidade da data de validade ou por serem artesanais e não poderem ficar para o dia seguinte – são vendidos com descontos de até 70%. Em excelentes condições para consumo, eles vêm em "sacolas surpresas", cujo conteúdo só é revelado ao consumidor depois do pagamento. O desejo de evitar o desperdício motivou a criação da empresa, que estima já ter salvado quase 500 toneladas de alimentos no Rio. Para baixar: @foodtosavebr.

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Gastromotiva

A ONG usa a gastronomia como um motor de transformação desde 2006, a partir de iniciativas de educação, inclusão e combate ao desperdício. Criada pelo chef David Hertz, conta com o apoio de fundações e empresas, bem como de cozinheiros e restaurantes renomados. São oferecidos cursos profissionalizantes na área, voltados para jovens de baixa renda não só do Rio, mas também de outras cidades do Brasil e do México. Em 2016, durante os Jogos Olímpicos, foi inaugurado o Refettorio Gastromotiva, que ficou como um legado carioca. O restaurante-escola atua como um refeitório comunitário, servindo jantares a pessoas em vulnerabilidade social, preparados por talentos da Gastromotiva com ingredientes resgatados do desperdício, sob a supervisão de chefs convidados de várias partes do mundo. Para ser voluntário: @gastromotiva.

Hortas Cariocas

O programa faz parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e oferece assistência técnica e fomento à iniciativas de agricultura urbana na cidade. Primeiro é realizada uma visita para analisar a viabilidade, a partir de fatores como disponibilidade de água, insolação e condições físicas do terreno. Depois de estabelecida, se estiver em uma comunidade, a horta deve destinar parte da produção para complemento de renda e a outra metade para famílias em situação de vulnerabilidade. Em unidades de ensino, 100% é doado, tanto para complementação da alimentação escolar ou ainda para os alunos e funcionários. A população pode sinalizar áreas públicas ociosas e o pedido será analisado na associação de moradores. Para descobrir: @hortascariocas_smac.

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Madre Frutos

Vencedora do Prêmio Sustentabilidade da Firjan, a empresa de Duque de Caxias foi desenvolvida pelo Instituto Sinal do Vale e é liderada por mulheres que colhem e comercializam produtos a partir da jaca verde. Maior fruto comestível do mundo, é encontrado de forma abundante no ecossistema da Mata Atlântica e transformado por elas em diversas receitas, como bolinho, quibe, polpa, entre outras. Assim, o projeto contribui para a geração de renda e segurança alimentar de várias famílias, e atua de forma positiva no equilíbrio ambiental ao controlar a propagação desenfreada da fruta, que pode impedir o desenvolvimento de outras árvores do bioma. Atualmente, são retiradas cerca de sete mil jacas, cada uma com até 500 sementes. Para pedidos: @madrefrutos.

Biodiversidade

eTrilhas

A empresa oferece serviços e consultoria para o desenvolvimento, estruturação e sinalização de trilhas, parques e atrativos naturais. A ideia é promover a visitação dessas áreas, engajando os visitantes na sua conservação, além de gerar visibilidade para serviços e produtos oferecidos pela comunidade local. A plataforma também auxilia gestores de forma gratuita com dados estatísticos, ferramentas e comunicação com usuários. É possível contratar ainda uma consultoria completa ou apenas um serviço específico que atenda a necessidade. Cadastre-se em @etrilhas

Ilhas do Rio

Uma das principais frentes do projeto Ilhas do Rio – iniciativa de pesquisa e educação ambiental para conservação marinha do litoral fluminense – é o monitoramento de baleias jubarte. O objetivo é determinar áreas prioritárias para a conservação da espécie, que já esteve ameaçada de extinção. Os simpáticos animais são visitantes cativos das nossas praias durante o período migratório, quando partem da Antártica rumo às águas mais quentes do litoral nordeste. Dados recentes do instituto mostram que foram avistados 230 grupos e 475 animais por aqui na última década, além de alguns recém-nascidos nos últimos anos, o que dá indícios de que o Rio pode se tornar uma área de reprodução. Para doar: @ilhasdorio.

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Instituto Mar Urbano

A ONG tem como propósito gerar e compartilhar conhecimento sobre o ambiente marinho, com foco no bem-estar humano e nos recursos naturais de que a vida depende. A missão é  difundir práticas mais sustentáveis e popularizar a ciência a partir de atividades de educação ambiental e produção de documentários, como Baía Urbana, sobre a nossa Baía de Guanabara. Quem está por trás da iniciativa é o biólogo marinho Ricardo Gomes, que dá o exemplo dentro de casa: sua filha, Nina Gomes, começou a mergulhar e participar de mutirões de limpeza ainda bebê e, aos 5 anos, virou embaixadora do Instituto Ecológico Aqualung. Os dois vira e mexe são vistos nas praias fazendo o bem. Para conhecer: @institutomarurbano.

Projeto Aruanã

"Aruanã" é outro nome que se dá à tartaruga-verde, muito encontrada na região de Niterói, onde nasceu este projeto em 2010. Logo ele se expandiu para a Baía de Guanabara e municípios no entorno, com o objetivo de monitorar e preservar todas as espécies deste carismático animal. São desenvolvidas pesquisas em parceria com instituições públicas e privadas, incluindo o Programa Petrobras Socioambiental, com o intuito de chamar atenção para os problemas ambientais marinhos e buscar soluções práticas. Neste ano, foi lançada uma websérie com detalhes sobre o trabalho de mais de 10 anos na proteção das tartarugas, disponível gratuitamente no Youtube. Para saber mais: @projetoaruana.    

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Rio Eco Pets

Tampas de garrafas de plástico e lacres de latas de alumínio podem ter um fim ainda mais nobre do que "apenas" o reaproveitamento. Com este projeto iniciado em 2018, esses itens são separados e vendidos para reciclagem, e o dinheiro arrecadado é revertido para a causa animal, ajudando protetores e abrigos. A instituição que nasceu em 2018 também trabalha conectando voluntários a empresas que têm interesse em ajudar. O público pode contribuir, direcionando as tampinhas para os pontos de coleta. Já foram quase 500 toneladas de material reciclado e mais de cinco mil animais ajudados. Também são realizadas feiras de adoção, plantio em parceria com ONGs, mutirões de separação e limpeza de praias. Para contribuir: @rioecopets.

Moda

Cycle Market

O primeiro mercado fixo de moda circular do Brasil abriu suas portas este ano no Aerotown Power Center, na Barra da Tijuca, e já movimentou mais de 1,5 milhão de reais em compras – reunindo um público de 50 mil pessoas e cerca de 150 marcas, entre brechós e grandes grifes com coleções sustentáveis exclusivas. Dentre as marcas conhecidas, estão Arezzo Lume, com uma linha de sapatos 100% sustentáveis; e Purpose by Zinzane, que reaproveita o descarte da loja principal. Ana Mayworm é a idealizadora do empreendimento, que tem como proposta ressignificar o momento de fazer compras e criar a consciência de que o consumidor pode (e deve) reduzir o alto impacto da indústria da moda. Para visitar: @cyclemarketrio.

EcoModas

Um dos diferenciais da empresa é uma abordagem inovadora em relação ao descarte de materiais. Ela não apenas cria produtos ecológicos, mas também resolve um problema significativo enfrentado no mercado: o destino de banners, uniformes industriais e calças jeans. Em vez de serem descartados de maneira inadequada, depois de cumprirem seu uso, esses itens são reutilizados na criação de uma porção de coisas, como bolsas, mochilas, estojos, acessórios, brindes corporativos e sapatos. O projeto ainda organiza oficinas ecológicas para empresas e escolas, promovendo uma experiência interativa onde os participantes se conectam com a natureza. A sede fica no Teleférico de Nova Friburgo e conta com uma loja física. Para comprar: @ecomodas.oficial.

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Kitecoat

Quem vê as belíssimas pipas de kitesurf riscando o céu nem imagina que aquele material demora mais de 300 anos para se decompor. Elas podem durar por várias horas de voo ou serem inutilizadas imediatamente, caso um acidente venha a rasgá-las. Por isso, uma iniciativa que une moda e sustentabilidade é a Kitecoat, marca criada pelo arquiteto e velejador Alexandre Rezende ao lado da esposa, Paula Lagrotta. Nas mãos deles, os kites em desuso viram jaquetas, shorts, trench coats e até ecobags estilosas, doados por praticantes, escolas e guarderias. O mais legal: eles podem participar do processo criativo e a roupa ganha uma etiqueta que conta todos os lugares por onde ela já passou. As peças são vendidas no Museu do Amanhã e também pelo e-commerce. Para adquirir: @kitecoat.

Oficina Muda

Já pensou em comprar peças exclusivas de grandes marcas por preços bem em conta? O sonho virou realidade com esta empresa de moda upcycling, que ressignifica itens que não passam pelo controle de qualidade das grifes parceiras, dando nova vida a esses produtos. Com muita criatividade, o design pode ser preservado através de consertos ou uma nova proposta é criada em cima do original. Desde o lançamento em 2019, mais de 750 mil vestes já foram reaproveitadas. Outro braço do projeto está nos resíduos – dados indicam que são produzidas 170 mil toneladas por ano somente no Brasil. Tentando minimizar este impacto, restos de tecidos são destinados a artesãs de todo o Estado do Rio, por meio do Projeto Retalhos, para que elas mesmas possam comercializar a produção. Para comprar: @oficinamuda

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Relevo

A marca de moda de upcycling reutiliza guarda-chuvas para criar peças cheias de cor e personalidade, estimulando um consumo mais consciente e retirando cada vez mais resíduos poluentes do meio ambiente. Dentre os produtos, tem pochete, bolsas, camisetas, jaquetas e chapéus – tudo à venda através do site –, além de brindes corporativos sob demanda. Desde 2018, ano de sua criação na cidade de Petrópolis, já conseguiu reaproveitar mais de três toneladas do item só na Região Serrana. É gerida por Mara Pereira e seus filhos, Juliana e Tiago Pinto. Para ter o seu: @relevostore.

Vaique

Fundada por Léo Jarlicht, a empresa carioca é um laboratório que busca desenvolver materiais como o tecido "vaique", feito a partir do plástico que não é útil para a cadeia de reciclagem, como embalagens, plástico-bolha e sacolas de mercado – sobre este último item, são descartados 13 bilhões por ano no Brasil. A partir dele, foi lançada esse ano a coleção "Que saco! trabalho+trabalho", com bolsas e acessórios pensados para a funcionalidade do dia a dia. Para isso, o negócio é desenvolvido junto com catadores, cooperativas e costureiras, conectando-se com a cidade para além dos consumidores. Para conhecer: @vaique.vaique.

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Vestô

A marca liderada pela carioca Najat Hassan trabalha com tecidos naturais certificados e sustentáveis, de fornecedores nacionais. O tingimento das peças é feito com sementes, cascas, folhas, flores e raízes – matérias-primas orgânicas, obtidas junto a cooperativas e associações de agricultura familiar do Cerrado, dos campos do Sul, da Amazônia e do Sertão Brasileiro. Assim, além de fornecer um produto sustentável, a empresa também colabora com o aumento da renda familiar das comunidades envolvidas, estimulando a economia sustentável do país. Integra o Comitê Gestor do TexBrasil, representando a Associação Brasileira da Indústria Têxtil nas ações com outras marcas que buscam sustentabilidade e apoio na internacionalização. Para saber mais: @sejavesto.

Investimento socioambiental

Ecoclima

Criado em 2023 na Maré, é um projeto sobre economia circular e clima, com o objetivo de amenizar os impactos das mudanças climáticas, assim como as ações humanas no meio ambiente, no Conjunto de Favelas da Maré. São realizados diagnósticos participativos com moradores e lideranças comunitárias para a elaboração de um plano de ação, bem como processos de formação de equipes e aplicações de tecnologias ambientais que reduzem impactos, como reciclagem, reuso de água, redução de calor e recuperação de áreas de manguezal no território. Trata-se de uma iniciativa da Redes da Maré em parceria com a Petrobras e o departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EA-UFRJ). Para contribuir: @redesdamare.

magikk

Diz o carma que boas ações são sempre recompensadas. Difícil ter certeza, mas com a startup magikk, lançada pelo carioca Taz de Alencar, o retorno é garantido. Inspirado pelo trabalho voluntário que fez durante seus anos de formação, percorrendo cidades americanas e europeias com os seus pais, o jovem empreendedor pensou em um projeto que distribui uma espécie de moeda digital (batizada de karma) a quem faz o bem, desde doação de livros e caronas compartilhadas até mutirões para limpeza de praias e doações financeiras. Com ela, é possível comprar produtos e experiências dentro de um marketplace, apoiado hoje por cerca de 80 marcas. A plataforma conta com mais de nove mil usuários e já arrecadou mais de 500 mil reais. Para participar: @magikkarma.

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Miuc

O Mapeamento de Iniciativas Urbanas Climáticas é um projeto pioneiro que lista iniciativas em cidades brasileiras que têm impacto positivo na agenda climática. O objetivo é reunir e divulgar essas ações para que tenham cada vez mais reconhecimento como parte importante da construção de comunidades adaptadas e resilientes aos efeitos das alterações no clima. Criado em 2020, já chegou a quase 100 iniciativas e está no Rio, em São Paulo, em Belo Horizonte, em Vitória e em Curitiba. Para colaborar: @rede.miuc

Revolusolar

A ONG foi fundada em 2015, no Morro da Babilônia, fruto da união de lideranças e eletricistas locais com estrangeiros especialistas em energia solar. A ideia é contribuir no combate à pobreza energética e com a transição energética justa, inclusiva e popular. Para isso, promove o desenvolvimento sustentável de comunidades de baixa renda por meio desta tecnologia, que já foi aplicada em pousadas e escolas. Em 2021, foi construída a primeira Cooperativa de Energia Solar em uma favela do Brasil. Para participar: @revolusolar.

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Rio Eco Cantão

Inaugurado no início deste ano, o quiosque na Praia de São Conrado é o primeiro totalmente sustentável na cidade. A ideia é que ele seja um laboratório de boas práticas para a orla do Rio, seguindo os preceitos de ESG. Fruto de uma parceria com a Route Brasil, organização que ajuda a diminuir o impacto do lixo nas praias, o espaço promove mutirões de limpeza, palestras educacionais, hortas e plantio de mudas frutíferas nas comunidades no entorno, além de fazer uso de energia solar e itens biodegradáveis nas embalagens e utensílios. O cardápio, assinado pela chef Clara Oliveira, inclui opções veganas, vegetarianas, orgânicas e regionais, valorizando a gastronomia brasileira. Para conhecer: @rioecocantao.

Resíduos sólidos

Circoola

A empresa promove a economia circular por meio de ações de educação ambiental e coletas gratuitas de resíduos eletrônicos, como equipamentos sem uso ou quebrados. Basta separar o material e fazer o agendamento pelo site: é possível escolher o dia e o turno, e um colaborador vai até o endereço indicado para fazer a retirada. Assim, sem precisar sair de casa, as pessoas adotam o hábito do descarte responsável e correto, evitando que estes equipamentos altamente poluentes acabem em aterros sanitários irregulares e prejudiquem o meio ambiente. Em pouco mais de dois anos, mais de 250 toneladas desse tipo de lixo já foram destinadas para o local correto. Para solicitar: @circoolabrasil.

Galpão das Artes Urbanas

Inaugurado em 2002, homenageando o arquiteto e designer Hélio Guimarães Pellegrino, o espaço na Gávea incentiva a reduzir, por meio da arte, a enorme quantidade de resíduos urbanos produzidos. Através de visitas monitoradas, palestras, oficinas e exposições, artistas e artesãos dedicados à reciclagem ensinam a técnica e mostram a importância da reutilização, da limpeza urbana e da cidadania. As oficinas são gratuitas e têm como objetivo aliar a preocupação com o meio ambiente com a geração de renda. Pioneiro do Brasil, foi criado por iniciativa da Prefeitura através da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Para conhecer: @galpaodasartescomlurb.

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Maré Relógios

Criada em 2015 pelos irmãos cariocas João Azevedo e Pedro Azevedo, a marca alia sustentabilidade e inovação para desenvolver produtos ecológicos, tendo como preceitos básicos o reaproveitamento e a reciclagem de materiais. Para garantir um resultado único em cada peça, a montagem e o acabamento são feitos de modo artesanal. Tudo começou com relógios de pulso feitos a partir de madeira descartada, para depois usar tecidos, bioplástico, plástico reciclado, câmara de pneu de bicicleta, couro de sobra de produção de bolsas e cintos, além de tintas orgânicas. Hoje, os produtos são criados com mais de 80% de partes reutilizadas, recicladas, ou até mesmo biodegradáveis. O projeto ainda tem um braço que capacita alguns catadores e moradores da comunidade da Rocinha, para transformar plástico reciclável em armação de óculos impresso em 3D. Para comprar: @marerelogios.

Minha Coleta

É uma plataforma tecnológica que integra a cadeia da coleta seletiva e logística reversa de forma democrática e rastreável. Através de uma assinatura, as unidades geradoras acessam o sistema e encontram os operadores ideais. Estes, por sua vez, conseguem criar e gerenciar rotas de maneira inteligente prezando a escala da coleta. Por fim, as indústrias recicladoras conseguem comprar materiais por meio de um único processo de compliance, logística e pagamento. Depois de separado, os volumes são catalogados e a receita da venda fica para os operadores bancarem a operação. Para se cadastrar: @minha_coleta.

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Pono Upcycling

De forma criativa e sustentável, o projeto idealizado por Fábio Martinazzo cria copos, velas, potes, vasos e outros objetos de design a partir de garrafas recuperadas do lixo e das praias do Rio. Os produtos ajudam a aumentar a circularidade dos resíduos e são muito melhores para o planeta em comparação com os que são produzidos de forma industrial, com matéria-prima virgem, que podem usar até 30 vezes mais carbono. São realizadas oito etapas desde o recolhimento, passando pelo corte, higienização e acabamento, que usa cinco lixas diferentes. Já foram mais de 11500 garrafas que ganharam uma nova vida, economizando 2700 litros de água e 3500 quilowatts de energia. E mais: parte da renda dos copos vendidos é destinada à produção de quentinhas veganas para pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar e também para uma ONG que luta por justiça socioambiental. Para adquirir: @pono.upcycling.

Recicla Comunidade

Com este projeto lançado pela Prefeitura do Rio em 2022, materiais como plástico, vidros, latinhas, papelão e metal recolhidos das ruas das comunidades viram crédito e podem ser usados em padarias e mercados. Isso mesmo: o lixo vira alimento. São 13 pontos de coleta espalhados por comunidades, que oferecem a moeda social a ser usada em lojas de comerciantes parceiros – atualmente são quase 300 estabelecimentos cadastrados. A ação já recolheu quase 300 toneladas de lixo das comunidades, evitando o descarte irregular que causa danos ambientais e agrava inundações na época das chuvas, e beneficiou quase três mil pessoas, gerando 345 mil reais em renda extra. Para saber mais: @prefeitura_rio.

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Redinha

O plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos. Deste total, estima-se que 10% tenha origem na "pesca fantasma", quando redes e outros itens da atividade ficam perdidos ou são abandonados no fundo do mar. Este projeto de economia circular recolhe o material e transforma em sacolas e bolsas para diferentes usos através do trabalho de mulheres. A rede de artesãs não para de crescer e os pescadores que contribuem com materiais que seriam descartados recebem até 5% do lucro. Mais de uma tonelada e meia do resíduo já foi resgatada do mar e atualmente o Redinha está presente em quatro municípios, beneficiando diretamente mais de 30 pessoas. A idealizadora é a engenheira Maria Fernanda Bastos, que se atentou para o problema enquanto remava pela Baía de Guanabara. Para comprar: @minharedinha.

Revolução das Bitucas

Idealizado pelo carioca Bernardo Egas, o projeto foi lançado com a meta de retirar um milhão de bitucas de cigarro da orla do Rio até o final de 2024. Pode não parecer, mas esse tipo de lixo é muito comum nas praias brasileiras: um estudo realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) aponta que cada oito quilômetros de areia contém cerca de 200 mil guimbas. É um problema de saúde pública, já que uma única bituca carrega sete mil substâncias tóxicas e pode tornar impróprios mais de dois mil litros de água. Para alcançar o objetivo, são realizadas coletas duas vezes por mês, que reúnem 200 voluntários, e também foram instalados lugares próprios para o descarte em alguns quiosques. Para participar: @revolucaodasbitucas.

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