Coisas para fazer no Dia Internacional dos Museus no Porto

O Arqueossítio, junto à Sé do Porto, guarda a mais longa sequência de ocupação humana documentada até hoje na cidade. Neste espaço podem ver-se ruínas arquitectónicas e espólios do século IV-III a.C até aos dias de hoje. Para o Dia Internacional do Museus, propõem um percurso, noite dentro, “pela Magia da Cidade Oculta”, uma deambulação “pelas portas de Vandoma, São Sebastião, Mentiras e Sant’Ana”. Nele, partir-se-á à descoberta do desconhecido nas “diferentes camadas da história da cidade”, onde será possível explorar vestígios com mais de 2500 anos. No mesmo dia, mas mais cedo, entre as 10.30 e as 12.30, vão orientar a oficina Mãos no Barro, que convida os participantes a fazerem pequenos vasos e a admirar as antigas cerâmicas em exposição no Arqueossítio. As inscrições para ambas as actividades devem ser feitas até dia 17.

O Museu Romântico recria uma casa aburguesada do século XIX com os seus vários ambientes sociais. Tem sala de bilhar, salão de baile, sala de jantar e uns belíssimos jardins para dar passeios. E é mesmo isso que o Museu convida a fazer no próximo dia 18: a embarcar num percurso ao longo dos jardins da Quinta da Macieirinha e da Casa Tait, por entre árvores centenárias. Entre as 14.30 e as 16.30 decorre o percurso Memórias de Carlos Alberto de Sabóia na cidade do Porto. Os participantes vão conhecer os lugares percorridos por Carlos Alberto, rei da Sardenha, quando este chegou ao Porto no dia 19 de Abril de 1849. Foi recebido “pelas autoridades civis, militares, religiosas e por inúmeras individualidades da sociedade portuense”.

Nesta casa de traço modernista encontra-se um dos mais valiosos espólios de obras de Aurélia de Souza, que será o cenário d’As Visitas Desorientadas, uma série de pequenos espectáculos teatrais. A guia, que levará os visitantes através desta casa “com obras de extraordinárias mulheres artistas e coleccionadoras”, será uma fantasminha adolescente de outro século, muito esperta e audaz. Entre as 17.45 e as 19.00 haverá tempo para um recital de cordas. “Um grupo de alunos do Conservatório de Música do Porto traz ao ambiente intimista desta casa um momento musical inesquecível com as sonoridades de autores hispânicos e de um clássico seiscentista inglês”. Inscrições até dia 17.

O antigo reservatório de água no Parque da Pasteleira é um três-em-um: é museu, é espaço de trabalho e de mediação e é abrigo de vestígios arqueológicos. Pegando nesta premissa, é organizada, na manhã de dia 18, uma oficina que põe miúdos e graúdos a vestirem a pele de um arqueólogo. “Nesta oficina de arqueologia desafiamos os participantes a experienciar, de uma forma lúdico-didáctica, o trabalho dos arqueólogos, através da simulação de uma escavação, limpeza e colagem de fragmentos cerâmicos”. Há ainda visitas guiadas, um labirinto para os mais pequenos e um concerto de jazz com o Carlos Bica Quarteto.

A Casa do Infante – onde terá nascido o Infante D. Henrique – desafia os visitantes a explorar o museu com “olhos de detective” e a “embarcar numa expedição pela sua colecção, a encontrar pistas e a resolver enigmas com o objectivo de descobrir os vestígios e as marcas do tempo”. Conte ainda com visitas guiadas e com a oficina Safari, que acontece das 11.00 às 12.30. Primeiro descobrem-se os animais nas peças em exposição e, depois, constroem-se objectos neles inspirados.

O Museu Militar do Porto, que junta material bélico e objectos relacionados com vida militar – como por exemplo, uma colecção de 16 mil soldadinhos de chumbo, representando exércitos de todo o mundo, desde a antiguidade aos dias de hoje –, vai ter várias visitas guiadas, mas duas não deve mesmo perder. São elas: A Censura durante o Estado Novo – O caso da Literatura e As Paredes têm Ouvidos, em que se relembra a altura em que o edifício funcionou como Delegação da PIDE, “enquanto espaço de restrição da liberdade individual e atropelo dos direitos civis e humanos”, durante o período da ditadura. 

Uma visita ao Planetário é sempre um programa diferente – não é todos os dias que podemos ficar com a cabeça na lua e os olhos postos no céu sem ninguém nos aborrecer. No ano em que se celebram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o Planetário desafia a descobrir o universo através dos olhos do poeta. Que ligações existem entre Os Lusíadas e a astronomia da época? Que influência tiveram os fenómenos celestiais (e o conhecimento sobre eles) na pena do autor? Estas e outras questões serão colocadas e exploradas. Conte ainda com exposições e filmes imersivos.

Também com uma proposta nocturna, o Museu Nacional Soares dos Reis apresenta À Noite no Museu, uma oficina que acontece entre as 20.30 e 22.00 e que se debruçará sobre o tempo, antigamente medido através dos ciclos do sol, da lua e das estrelas e, depois, com a ajuda do relógio de sol e do relógio mecânico. “Será que à noite no museu encontraremos estas máquinas de medir o tempo?”, perguntam. É ir e descobrir.

O programa para o Dia Internacional dos Museus no Museu do Carro Eléctrico começa às 10.00 com a visita Milagre Invisível. Esta falará sobre a primeira viagem inaugural do carro eléctrico na cidade do Porto, que foi de grande importância porque foi também a primeira viagem da Península Ibérica. O dia contará ainda com várias visitas, como a Olhó Pica ou Passe Universal, e terminará com Linha Nocturna, em que o público, além de uma visita à noite ao museu, embarcará também numa viagem de carro eléctrico pela cidade.